Título: Bens de capital crescem 19,5%, o triplo da indústria
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/01/2008, B4, p. B4

Para o IBGE, os investimentos foram o motor do desempenho da indústria durante todo o ano de 2007

Os investimentos prosseguiram em forte expansão em novembro, segundo mostram os dados da produção industrial divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção de bens de capital aumentou 1,2% ante outubro, com expansão isolada entre as quatro categorias pesquisadas e na contramão da queda de 1,8% na média da indústria no período. No ano passado, essa categoria acumulou de janeiro a novembro uma expansão de 19,5%, mais que o triplo da indústria em geral (6%).

Para o coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales, os investimentos foram o motor da indústria não apenas em novembro, mas se destacam como a principal marca positiva do setor em 2007. ¿Os investimentos cresceram de forma generalizada, e isso leva à ampliação da capacidade produtiva do País, trazendo um certo alento para a discussão sobre se há capacidade instalada para crescer. Se há aumento da produção de bens de capital acima da média da indústria, isso abre espaço para atendimento da demanda com aumento da capacidade.¿

A produção de bens de capital também ficou bem acima da indústria em geral em novembro, em relação a novembro de 2006, quando cresceu 24,3%, ante uma expansão de 6,7% na média do setor industrial no período. O economista do Banco Schahin, Silvio Campos Neto, também destacou o bom desempenho de bens de capital. ¿Isso é muito importante para evitar o risco de inflação. Por mais que tenha caído a produção industrial como um todo, os investimentos continuam fortes.¿

Os analistas Bruno Rocha e Alexandre Gallotti, da Tendências Consultoria, ressaltaram que o desempenho vigoroso de bens de capital é reflexo do ¿cenário positivo observado atualmente na economia brasileira¿. Em relatório, eles observam que o crescimento econômico nos últimos anos - inclusive em 2007, para o qual a Tendências projeta 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) - possibilitou a capitalização das empresas.

Além disso, segundo os analistas, ¿a estabilidade macroeconômica e a perspectiva de demanda nos próximos anos têm permitido que as empresas realizem os investimentos desejados¿. Eles destacam ainda que a queda da taxa de câmbio age no sentido de baratear os bens de capital, tornando ainda mais atraente o investimento. As importações de máquinas e equipamentos aumentaram 47% (em US$) em novembro, ante igual mês de 2006.

Segundo Sales, outro destaque no desempenho da indústria em 2007 foi o impacto do crédito, do mercado de trabalho, da expansão da renda e da inflação controlada sobre os bens de consumo, especialmente duráveis (automóveis, eletrodomésticos), que também cresceram acima da média, com aumento de 11,1% na produção de janeiro a novembro.

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