Título: Bolívia tenta acordo para reduzir a venda de gás
Autor: Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/01/2008, Economia, p. B5

Primeira reunião de negociações será com a Argentina, e está marcada para o dia 18; ministro Carlos Villegas pretende vir ao Brasil em seguida

O governo da Bolívia inicia no próximo dia 18 as negociações para a redução da exportação de gás natural para os países vizinhos - Argentina e Brasil. Segundo informou ontem à imprensa local o ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas, está marcada para aquele dia uma primeira reunião para negociação com o governo da Argentina, representado pelo ministro do Planejamento, Julio de Vido.

Segundo Villegas, após visitar a Argentina, ele virá ao Brasil com o mesmo propósito. ¿Vamos chegar a um entendimento em alguma reunião para que os três presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva, Cristina Fernández e Evo Morales, se encontrem e possamos superar as eventualidades que surgirão este ano¿, disse o ministro, segundo a Agência Boliviana de Informações (ABI).

Na semana passada, o governo boliviano informou que, apesar dos investimentos de US$ 967 milhões que seriam feitos pelas 12 companhias multinacionais que operam no país, não haveria condições de a Bolívia cumprir os contratos de fornecimento com a Argentina e Brasil em toda a sua capacidade. Segundo o governo boliviano, seriam encontradas medidas equilibradas para atender às necessidades energéticas dos dois países.

ESCASSEZ

Villegas disse que a Bolívia continuará produzindo 42 milhões de metros cúbicos diários de gás destinados ao mercado brasileiro (31 milhões de metros cúbicos) e para o consumo interno (5,5 milhões a 6 milhões de metros cúbicos), e ¿o que sobrar será enviado para a Argentina¿, cujas necessidades estão em torno de 7 milhões de metros cúbicos diários.

O problema é que a Argentina também passa por um cenário de escassez de energia, que limita investimentos e chegou a provocar racionamento de gás natural durante o inverno do ano passado. Em 2006, Buenos Aires fechou acordo para ampliar as importações de gás boliviano para até 27,7 milhões de metros cúbicos por dia, volume que só poderá ser alcançado após investimentos maciços na ampliação da capacidade de produção no país vizinho.

Links Patrocinados