Título: Bush prevê paz e criação de Estado palestino ainda este ano
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Fonte: O Estado de São Paulo, 11/01/2008, Internacional, p. A15

Presidente diz que ¿os 40 anos de ocupação da Cisjordânia¿ devem terminar e propõe indenização a refugiados

Ramallah, Cisjordânia

O presidente americano, George W. Bush, disse em duros termos a Israel que ele espera que o país assine até o final do ano um acordo de paz que leve à criação de um Estado palestino e o fim dos 40 anos de ocupação israelense da Cisjordânia.

Em sua primeira visita como chefe de Estado aos territórios palestinos, Bush disse que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, deve fazer mais para garantir que Israel esteja seguro de ataques extremistas. Desafiando os céticos sobre visita, Bush declarou em uma entrevista ao lado de Abbas: ¿Acredito que isso ocorrerá, que um acordo de paz será assinado antes de eu deixar o cargo (em janeiro de 2009).¿

Ao retornar a Jerusalém - após visitar Ramallah e Belém -, o presidente americano declarou: ¿Devemos pôr um fim à ocupação que começou em 1967.¿ Ele se referia à captura da Cisjordânia (além da Faixa de Gaza, das Colinas do Golan e da parte oriental de Jerusalém) por Israel na Guerra dos Seis Dias. O uso do termo ¿ocupação¿ marca uma mudança de tom dos EUA, principais aliados de Israel.

¿As negociações devem garantir que Israel tenha fronteiras seguras e reconhecidas internacionalmente, e o Estado palestino seja viável, contíguo, soberano e independente¿, disse Bush - acrescentando que o acordo deverá mudar as bases do armistício de 1949, estabelecidas após a primeira guerra árabe-israelense, ¿para que reflitam a realidade atual¿.

Quanto à questão das centenas de milhares de refugiados palestinos, Bush sugeriu a criação de um mecanismo de indenização. Ele não deu sugestões sobre a questão de Jerusalém - reivindicada como capital tanto pelos palestinos quanto por Israel -, mas afirmou que esse será ¿um dos maiores desafios para a paz.¿

Antes de embarcar para o Golfo Pérsico, Bush afirmou que pedirá aos Estados árabes que se aproximem de Israel. Ele também indicou que pretende voltar à região antes do fim do mandato. REUTERS, AFP E EFE