Título: Deputados receberam R$ 3,1 mi de verba indenizatória
Autor: Leal, Luciana Nunes ; Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/02/2008, Nacional, p. A7

Gasto ocorreu em pleno recesso e alguns parlamentares chegaram a estourar limite mensal

Luciana Nunes Leal e Eugênia Lopes, BRASÍLIA

Em janeiro, em pleno recesso, a Câmara pagou R$ 3,1 milhões em verba indenizatória para deputados. Trata-se de recurso extra a que eles têm direito, para exercer o mandato em seus Estados. Os gastos vão de combustível a ¿divulgação da atividade parlamentar¿, o que inclui aluguel de outdoors, impressão de panfletos e outros tipos de propaganda. Nem todos usam a verba indenizatória, que não tem um valor fixo, mas é limitada a R$ 15 mil mensais, quase equivalente ao salário de R$ 16.250,42 dos parlamentares.

O portal da Câmara na internet divulga desde 2004 todos os gastos com verba indenizatória. O Senado passará a fazer o mesmo em março. Somando a verba e os R$ 8,3 milhões de salários, o ano começou com o pagamento de R$ 11,4 milhões aos deputados. A Câmara não informou quantos receberam verba indenizatória em janeiro. No mesmo mês de 2007, o gasto foi de R$ 4,5 milhões. No ano todo, foram R$ 78,5 milhões.

Pesquisa no portal da Casa mostra que alguns deputados gastaram mais do que têm direito em janeiro. Marcelo Serafim (PSB-AM), por exemplo, desembolsou R$ 27.448,46. Já recebeu R$ 15 mil e o restante será pago em fevereiro, para não exceder o limite máximo de transferência mensal. Ele usou R$ 26.880 para alugar um táxi aéreo com o qual percorreu 12 municípios do Amazonas, de 4 a 7 de janeiro.

¿Em São Paulo, no Rio, você faz campanha botando gasolina no carro. Aqui, a gente tem que ir de avião ou de barco¿, justificou Serafim. ¿Percorri 12 municípios para divulgar minha atividade parlamentar. É uma visita extremamente cara. Se tivesse usado outro dinheiro, que não o da verba indenizatória, é que seria motivo para desconfiar.¿ O deputado disse que encaminhará todos os comprovantes da viagem à corregedoria da Câmara.

Embora as notas fiscais não sejam divulgadas , é possível conferir no portal da Câmara quanto e como cada deputado gasta. Com 4 anos de atraso, o Senado deve fazer o mesmo. O diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, informou ontem que as primeiras despesas serão divulgadas em março, referentes aos gastos dos parlamentares de fevereiro. COLABOROU DENISE MADUEÑO

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