Título: O turismo em São Paulo
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/02/2008, Notas e Informações, p. A3

O aumento acentuado da arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) com hospedagem, pacotes turísticos e eventos (o chamado Grupo 13) é uma evidência de que a cidade de São Paulo está se tornando um centro turístico cada vez mais procurado. Em 2007, a receita do ISS nesse grupo apresentou aumento de 10,4% em relação ao ano anterior, conforme levantamento realizado pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo (Prodam). Levando-se em conta os últimos sete anos, o incremento supera 97%.

A taxa média de ocupação dos mais de 45 mil quartos da hotelaria paulistana foi recorde no ano passado - 67%. Em 2005, a ocupação média foi de 58,7%, índice que chegou a 65% em 2006. No fim dos anos 90, a taxa oscilava entre 30% e 35%.

Esse aumento não decorreu de queda no preço das diárias. Ao contrário o preço médio da diária cresceu 15%, passando de R$ 128,80 em 2006 para R$ 148,28 no ano passado. Por categoria de hotel, observa-se que a mais procurada pelos turistas é a dos hotéis de luxo, o que aumenta a rentabilidade da atividade no Município.

A melhora significativa da movimentação turística na capital é fruto, em boa parte, do trabalho desenvolvido pela empresa de promoção turística e de eventos da capital, a São Paulo Turismo (SPTuris), com o objetivo de mostrar que lazer não está obrigatoriamente ligado à praia. 'A cultura é que é a nossa praia', costuma dizer o presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho, salientando o papel de teatros, museus e espetáculos na atração de turistas.

O aumento da arrecadação de ISS é apenas um dos resultados positivos do avanço do turismo na vida do Município. Estima-se que a atividade turística se reflita também no faturamento e melhoria da arrecadação em pelo menos outros 52 setores da economia paulistana - além dos do Grupo 13 -, como transporte, restaurantes, bares, compras, etc. Dados da SPTuris mostram que a receita da cidade com a atividade turística passou dos R$ 7 bilhões em 2007.

São Paulo está se transformando em pólo de atração turística graças a programas específicos para públicos variados. Grandes feiras e exposições dos setores industriais, comerciais, de serviços e de tecnologia, eventos como a Parada GLBT e a São Paulo Fashion Week, espetáculos musicais com apresentações de alta qualidade, reconhecidas mundialmente, e a inclusão da cidade nas rotas de famosas bandas e estrelas de rock têm atraído milhões de pessoas à capital. Há ainda a famosa e variada gastronomia da cidade e dezenas de centros de compras equiparáveis aos melhores do mundo.

Segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), São Paulo ocupa o terceiro lugar no ranking dos principais destinos de lazer do País, à frente de Salvador, Fortaleza, Gramado, Natal e outras cidades.

Esse desenvolvimento necessita de investimentos públicos e do trabalho da Prefeitura em parceria com o setor privado. Promover a capital paulista no Brasil e no mundo é tão essencial quanto acolher bem os visitantes, venham eles do interior do Estado, de outros Estados ou do exterior.

Em agosto do ano passado, a São Paulo Turismo e a São Paulo Conventions & Visitors Bureau organizaram o 3º Encontro São Paulo Meu Destino, que reuniu mil profissionais do setor de vários Estados e de seis países da América Latina, aos quais foram apresentados os programas turísticos da capital, como roteiros temáticos e o Turismetrô, por meio do qual é possível cinco diferentes passeios ao preço, apenas, do bilhete do metrô.

Mais do que isso, porém, é preciso treinar os taxistas e os motoristas de ônibus para receber os turistas, assim como instalar na cidade uma eficiente rede de postos de informações e adequar a sinalização nas áreas consideradas turísticas.

Potencial turístico a cidade já provou que tem. É preciso investir mais na estrutura de recepção e informação.