Título: Captação por oferta pública atinge R$ 18 bi em janeiro
Autor: Fernandes, Adriana; Nakagawa, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/02/2008, Economia, p. B4

A captação de recursos por meio de oferta pública somou R$ 18,34 bilhões em janeiro, de acordo com dados divulgados ontem pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão do governo responsável pela regulação e fiscalização do mercado de capitais no País. O volume deste ano representa acréscimo de 194% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o total de captações somou R$ 6,2 bilhões.

Em janeiro de 2006, os lançamentos totalizaram R$ 4,070 bilhões, conforme os dados da CVM. Em todo o ano passado, as captações de recursos através de oferta pública totalizaram R$ 166,96 bilhões, recorde no País.

Sem nenhuma colocação através de ações, o movimento do mês passado ficou restrito quase basicamente ao lançamento de debêntures, com um total R$ 16,5 bilhões, o equivalente a 90,36% do total, através de seis operações. A segunda posição ficou com os Fundos de Investimentos em Participações (FIP), com cinco operações no valor de R$ 912 milhões, o que correspondeu a 4,97% do total.

A CVM registrou ainda uma operação de emissão de nota promissória, no valor de R$ 430 milhões, além de dois novos fundos de direitos creditórios (FIDCs), no montante de R$ 110 milhões.

IMÓVEIS

Os investimentos lastreados em imóveis continuaram crescendo, especialmente os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), com cinco operações em janeiro, no valor de R$ 128 milhões. Através de fundos imobiliários a CVM registrou três lançamentos, no total de R$ 81,66 milhões.

Outras operações registradas no mês passado foram através do Fundo de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional (Funcine), no total de R$ 50 milhões, e um fundo de investimento coletivo, no montante de R$ 56 milhões, lastreado em recebíveis da estação de saneamento Água Espraiada, no município de São Paulo.

As empresas de leasing foram particularmente ativas neste início de ano. A BFB Leasing, do grupo Itaú, captou R$ 10 bilhões, a Bradesco Leasing, R$ 5 bilhões, e a empresa de leasing do grupo Citibank, R$ 1 bilhão. Duas construtoras também emitiram debêntures em janeiro, com a Even captando R$ 150 milhões e a Cyrela Brazil, R$ 370 milhões.