Título: Chuvas reduzem risco de apagão
Autor: Bahnemann, Wellington
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/02/2008, Economia, p. B9

Reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste tiveram boa recuperação nas últimas semanas

Após um início de ano preocupante, os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste apresentam boa recuperação após as chuvas das últimas semanas. Ontem, o nível de armazenamento fechou em 54,6% da capacidade total nas duas regiões, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). No dia 30 de janeiro, a situação estava em 50,1%. Há um ano, entretanto, o nível estava em 81,1% da capacidade.

Com o nível de ontem, o volume de água disponível nos reservatórios das usinas das duas regiões praticamente se igualou à curva de aversão ao risco (CAR), referência do ONS para o nível mínimo de armazenamento para abastecer o mercado com segurança.

Ontem, a diferença foi de 0,1 ponto porcentual negativo, para uma CAR de 54,7%. Uma semana atrás, a variação foi de 2,4 pontos porcentuais negativos, para uma curva de aversão ao risco de 52,5%.

Os reservatórios do Nordeste seguem a trajetória de recuperação e ontem fecharam em 33,7% da capacidade total, 21,6 pontos porcentuais acima da CAR da região, de 12,1%. No Norte, a tendência também é de elevação do nível de armazenamento, que fechou ontem em 32,3%.

No Sul, por sua vez, a situação segue estável. Do dia 2 de fevereiro para o dia 3, o nível dos reservatórios apresentou ligeira alta de 0,4 ponto porcentual, para 63,2%. Ontem, porém, o volume de água disponível nas hidrelétricas caiu para 63,1%, o que significou uma diferença de 44,9 pontos porcentuais positivos em relação à CAR da região, de 18,2%.

Ontem, o Norte exportou 1,797 mil megawatts (MW) médios, dos quais 143 MW foram para o Sudeste e 1,654 mil MW, para o Nordeste. O Sudeste também enviou 437 MW médios para o Nordeste e outros 1,272 mil MW médios para o Sul. A produção de Usina de Itaipu foi de 7,94 mil MW médios. A oferta hídrica nacional somou 29,149 mil MW médios.

Já a produção de energia térmica totalizou 7,781 mil MW médios, dos quais 1,865 mil MW médios a partir de Angra I e II e 5,916 mil MW de fontes convencionais, como óleo e gás natural. A produção de térmicas convencionais ficou 429 MW médios abaixo do previsto por causa da menor disponibilidade de gás e da restrição de unidades geradoras de algumas usinas. A carga do Sistema Interligado Nacional (SIN) foi de 44,891 mil MW médios.