Título: NY condena capixaba que criou rede de prostituição
Autor: Chagas, Tonica
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/02/2008, Metrópole, p. C5

Pivô de escândalo, Andréia Schwartz está detida há 20 meses e será deportada; Justiça confiscou apartamento de US$ 1,2 mi no Central Park Acusada de controlar uma rede de prostituição para executivos, de tráfico e posse de drogas e de lavagem de dinheiro, a capixaba Andréia Schwartz, de 32 anos, foi condenada, ontem, na Suprema Corte de Nova York, a 18 meses de detenção. Como já passou 20 meses presa, deve ser deportada, nas próximas semanas, para o Brasil. Andréia está na cadeia desde 1º de junho de 2006, quando estourou o escândalo, destaque nos tablóides nova-iorquinos.

Um acordo entre o advogado de defesa, Anthony Lombardino, e o promotor Artie McConnell evitou que Andréia ficasse mais anos na prisão, mas ela teve de se declarar culpada nas acusações de prostituição e posse de droga. Nos casos de tráfico e lavagem de dinheiro, a sentença poderia variar de 15 anos de detenção a prisão perpétua.

Andréia perdeu um apartamento no Central Park, avaliado em US$ 1,2 milhão, e cerca de US$ 300 mil foram confiscados de sua conta bancária. Com os bens congelados, Andréia não pagou fiança de US$ 500 mil e respondeu ao processo presa. Pelo acordo, ela terá direito apenas a pertences pessoais e a US$ 150 mil.

CILADA

No tribunal, Andréia afirmou ao juiz Michael Obus que nunca foi prostituta ou lésbica, como foi divulgado, e se sentia pressionada a aceitar o acordo. ¿As provas foram forjadas, e o que apresentaram foi uma confissão falsa¿, acrescentou.

Dois dos policiais que a prenderam estavam na corte. A brasileira deu a entender que caiu numa cilada das autoridades - logo depois que ela se mudou para o apartamento do Central Park, em fevereiro de 2006, um policial conquistou sua confiança e passou a investigá-la secretamente. O juiz perguntou, então, se ela queria continuar com o caso ou se aceitava o acordo. Andréia optou pelo último.

No depoimento à polícia, Andréia admitiu que liderava uma rede de prostituição, e os programas variavam de US$ 700 a US$ 1.500, dependendo do número de parceiras que o cliente quisesse. Ao ser presa, ela disse que, desde 2001, tinha lucrado US$ 1,5 milhão e investido parte do dinheiro no apartamento. Os boatos sobre a fortuna da brasileira ganharam corpo com a informação de que ela estava comprando o 6º andar do antigo Plaza Hotel, que já foi o mais luxuoso de Nova York. Com o escândalo, o negócio foi desfeito.