Título: Oi gasta R$ 11 bi para comprar BrT
Autor: Brandão Junior, Nilson
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/01/2008, Negocios, p. B10

O valor inclui a reestruturação entre sócios da Oi, que chega a R$ 2,5 bi, e aquisição da BrT, por R$ 8,5 bi

As operações de consolidação do controle do Grupo Oi (ex-Telemar)nas mãos dos grupos Andrade Gutierrez e La Fonte e de aquisição da Brasil Telecom (BrT) pela Oi deverão movimentar perto de R$ 11 bilhões. Os dois negócios acontecerão em paralelo e resultarão na formação de um grande grupo nacional de telecomunicações. A expectativa é de que o anúncio saia na semana que vem e que as demais etapas do negócio sejam concluídas em três meses.

Para consolidar o controle do Grupo Oi, os grupos Andrade Gutierrez, de Sérgio Andrade, e La Fonte, de Carlos Jereissati, vão usar R$ 2,5 bilhões na compra de participações acionárias de outros sócios na holding do grupo, a TmarPart. Desse total, cerca de 40% serão em recursos próprios e 60%, o equivalente a R$ 1,5 bilhão, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo uma fonte que acompanha os entendimentos para a formação do novo grupo de telecomunicações.

Na prática, acionistas como o GP, o Citigroup e o Opportunity deixarão a TmarPart. O desenho final das participações dentro da holding que controla o Grupo Oi deverá ser o seguinte: Andrade Gutierrez e La Fonte terão 21% de participação cada um, a Fundação Atlântico (dos empregados da Telemar) terá 10%, o BNDES ficará com 15%, e os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa Econômica Federal) terão, respectivamente, 14%, 10% e 10%. Os acionistas ainda estão definindo um acordo de governança dentro do bloco de controle.

Atualmente, o BNDES tem 25% do controle da TmarPart. Sua fatia será reduzida porque os fundos de pensão Petros e Funcef comprarão parte da participação do banco de fomento para não ficarem tão diluídos dentro da nova controladora e, assim, garantir maior participação decisória. O banco terá direito de preferência no caso de a Andrade Gutierrez e a La Fonte decidirem sair do negócio, e um prazo de um ano para encontrar novo parceiro local, como uma espécie de barreira para o risco de uma eventual venda da empresa ao capital externo.

CONTROLADA

Já a compra da BrT será feita pela operadora Oi. O negócio é avaliado em R$ 8,5 bilhões, sendo R$ 4,8 bilhões para os controladores e os R$ 3,7 bilhões restantes para os minoritários. A Oi tem um caixa atual de aproximadamente R$ 6,5 bilhões e capacidade de levantar financiamento. Já foram feitas consultas a bancos, que já deram sinal positivo prévio para a tomada de recursos. Essa dívida será paga, no futuro, com o lançamento de debêntures. Como resultado, a BrT passará a ser controlada pela Oi e, indiretamente, pela sua holding, a TmarPart.

Também está definido que o atual presidente do Grupo Oi, Luiz Eduardo Falco, deverá permanecer no cargo depois do rearranjo do controle da Telemar e da aquisição da BrT. Falco já defendeu a fusão entre as duas empresas, argumentando a necessidade de uma plataforma nacional para o setor. O mais provável é que, no médio prazo, as duas operadoras se fundam, conforme a receptividade do mercado.

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