Título: Instituto diz que gastos de R$ 37 mi são justificáveis
Autor: Darcie, Paulo
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/02/2008, Nacional, p. A8

O IBGE gastou no ano passado R$ 37.383.438,86 com cartões corporativos usados por cerca de 2 mil funcionários, informou ontem o diretor-executivo da instituição, Sérgio da Costa Côrtes. A maior parte do dispêndio, cerca de R$ 33 milhões, foi em saques em dinheiro e o restante, usado como crédito, tendo as despesas sido justificadas com notas fiscais ou recibos.

O sistema começou a ser implantado em 2005 e substituiu a prática anterior, conhecida como conta B, conta bancária da qual o funcionário sacava em dinheiro, justificando depois o gasto.

¿O atual sistema é mais transparente, está aberto a qualquer cidadão que queira consultá-lo¿, disse Côrtes ao Estado. Ele explicou que os cartões são usados em despesas pequenas e emergenciais, ¿na área finalística¿, muitas vezes em cidades do interior, por funcionários que ocupam postos de comando, em geral chefes de agência e coordenadores.

Todos devem ser servidores públicos - o IBGE, em suas pesquisas, usa às vezes mão-de-obra temporária, mas só quem é funcionário pode receber o cartão - e não podem ter respondido a processo administrativo.

Cada portador recebe um suprimento de fundos, a cada três meses, de até cerca de R$ 3 mil, fora do período do censo, podendo sacar no máximo R$ 1 mil por vez. Durante o censo, cada ¿carga¿ pode subir a R$ 15 mil, podendo haver saques de até R$ 5 mil em dinheiro. ¿O limite diário sobe porque muitas vezes os funcionários vão a cidades que não têm agência bancária¿, explicou Côrtes. Cada ¿suprimento¿ soma dinheiro para saques e para ser usado como cartão de crédito.

As ¿cargas¿ nos cartões são feitas por determinação dos ordenadores de despesa. A eles, os funcionários prestam contas dos gastos. Cada ordenador checa as notas e recibos e os envia para o setor de contabilidade, que faz novas checagens.

Depois de checada pelos contadores e declarada regular, cada despesa é colocada no Sistema de Acompanhamento Financeiro (Siafi). Também é possível ter informações pelo Portal da Transparência do governo.

`SEM PROBLEMA¿

Côrtes afirmou que o funcionário Luiz Carlos Estevam Foglia, que gastou R$ 98 mil com cartão corporativo no ano passado, em São Paulo, não cometeu nenhuma irregularidade e justificou as despesas.

Estevão fez os dispêndios como coordenador de área do censo na região de Presidente Prudente. Ele gastou mais em julho porque esse foi o mês final do censo, o auge da pesquisa, afirmou o diretor.

Links Patrocinados