Título: Telecom Italia exige regras iguais para operadoras
Autor: Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/01/2008, Negocio, p. B15

Empresa quer isonomia em eventuais mudanças regulatórias que permitam fusão Oi/BrT

Os principais dirigentes da Telecom Italia (TI), controladora no Brasil da operadora celular TIM, advertiram ontem que, se forem feitas mudanças regulatórias no setor de telecomunicações do País - para permitir uma fusão da Oi (antiga Telemar) com a Brasil Telecom -, elas devem garantir isonomia de regras para todas as operadoras, independentemente da origem do capital.

¿A estabilidade e a manutenção do equilíbrio competitivo no setor são condições básicas para que possa haver investimentos¿, afirmou o presidente da TIM Brasil, Mario César Pereira de Araújo, ao lado do novo presidente executivo da TI, Franco Bernabè, e do novo presidente do Conselho Consultivo do grupo italiano, Gabriele Galateri di Genola.

Os italianos têm planos de explorar os serviços de telefonia fixa, a partir da comunicação móvel e da entrada na terceira geração (3G) da telefonia celular. Desde outubro passado, por exemplo, a TIM oferece um serviço convergente, pelo qual os clientes podem ter um número fixo e outro celular em um mesmo aparelho.

Os executivos da TI, que visitaram ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, garantiram que a empresa não teme a eventual fusão da Oi e da Brasil Telecom, mas anteciparam que, nesse caso, a companhia está pronta para mudar sua estratégia de competição para não perder mercado. Uma fusão dos serviços da Vivo e da TIM como saída para enfrentar as mudanças foi descartada. A TI teve uma parte de seu capital comprada, no ano passado,por um consórcio formado por bancos italianos e pela espanhola Telefónica.

No Brasil, o reflexo dessa operação se deu na telefonia móvel, já que a Telefónica é sócia da Vivo e a TI é dona da TIM. ¿Não existe a possibilidade de fusão entre TIM e Vivo, elas vão continuar trabalhando totalmente separadas¿, afirmou Araújo.

Essa garantia, disseram eles, foi dada também ao presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardemberg, e à presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Elizabeth Farina.

A Anatel deu anuência prévia ao negócio, mas exigiu a manutenção das estruturas de gestão das celulares separadas. O Cade, encarregado da defesa da concorrência, ainda não julgou a operação, mas tende a carimbar a determinação da Anatel para garantir a competição.

INVESTIMENTOS

Sem fazer previsões detalhadas, Franco Bernabè anunciou que o grupo poderá ampliar seus investimentos no País, atualmente previstos em R$ 5,7 bilhões para 2007 a 2009. A cifra já deverá ser superada com a operação da telefonia celular de terceira geração (3G), programada para começar no primeiro trimestre, e com a compra das licenças 3G em dezembro. A TI pagou por essas licenças mais que o planejado.

A TIM Brasil afirmou ter crescido 23% em 2007, enquanto a média do mercado cresceu 21%. A ordem, disse ele, é crescer em rentabilidade e não apenas em número de clientes. Até setembro de 2007, a base de clientes da TIM era de 29 milhões de usuários. Nem mesmo uma eventual recessão da economia americana desanima os dirigentes da TI.

Para Franco Bernabè, os efeitos de uma recessão nos Estados Unidos em países como o Brasil tendem hoje a ser menores do que há 20 anos. ¿Não se pode descartar a importância do mercado asiático hoje (para os emergentes)¿, justificou.

FRASES

Mario César Pereira de Araújo Presidente da TIM Brasil

¿A estabilidade e a manutenção do equilíbrio competitivo no setor são condições básicas para que possa haver investimentos¿

¿Não existe a possibilidade de fusão entre TIM e Vivo¿

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