Título: Indústrias querem ter equipamentos bicombustíveis
Autor: Pamplona, Nicola
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/01/2008, Economia, p. B3
Prejudicadas por falta de gás em 2007, empresas do Rio planejam recorrer a combustíveis alternativos
Nicola Pamplona
Indústrias do Rio de Janeiro que foram prejudicadas pela crise de abastecimento de gás em outubro do ano passado já planejam a instalação de equipamentos bicombustíveis, com o objetivo de diversificar suas fontes de suprimento. Segundo informações do governo do Estado, as secretarias de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente negociam a concessão de licenças ambientais para que as fábricas utilizem combustíveis alternativos ao gás, geralmente mais poluentes.
Em 30 de outubro de 2007, unidades da Bayer e da Prosint, empresa produtora de metanol, ficaram sem gás por causa da redução nas entregas do combustível às distribuidoras estaduais de gás canalizado. A queda de pressão da rede foi provocada pelo desvio do combustível para usinas térmicas.
A Petrobrás alegou que entregava mais gás do que o contratado às distribuidoras. A situação foi normalizada na noite do mesmo dia, após concessão de liminar favorável ao governo estadual.
A estatal reduziu o fornecimento também em São Paulo, mas não houve grandes danos à indústria local, que já tem equipamentos e licenças ambientais para operar com outros combustíveis.
ESTIAGEM
A busca por flexibilidade na escolha de combustíveis agora é uma das prioridades da indústria fluminense e da área energética do governo estadual. Segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o prejuízo com a falta de gás no dia 30 de outubro chegou perto dos R$ 20 milhões.
O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, diz que a indústria do Estado teme nova falta de gás já em fevereiro, caso a estiagem persista.
Além do risco no curto prazo, a indústria do Estado precisa se adaptar ao novo contrato de fornecimento de gás em negociação entre Petrobrás e distribuidoras, que prevê a entrega de determinados volumes em caráter flexível, ou seja, que podem ser substituídos por derivados de petróleo quando o gás tiver de ser desviado para usinas térmicas.
Procurada pelo Estado, a Bayer preferiu não comentar o assunto. Já na Prosint, nenhum executivo foi encontrado. Segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Estado terá de avaliar a criação de licenças ambientais mais flexíveis, uma vez que as unidades industriais estão localizadas em uma região saturada.
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