Título: Emprego industrial cresce 2,1%, o melhor resultado desde 2002
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/01/2008, Economia, p. B8

Indústria paulista puxou o aumento na ocupação total do setor; folha de pagamento teve queda em novembro

Jacqueline Farid

Os dados acumulados do emprego na indústria de janeiro a novembro do ano passado já garantem que 2007 será o melhor ano para o mercado de trabalho industrial desde 2002. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o aumento de 2,1% na ocupação do setor até novembro, resultado que supera o maior crescimento anual anterior, de 2004 (1,8%), até então recorde da série iniciada em 2002. Os dados finais de 2007 serão divulgados em fevereiro.

Em relação a outubro, o emprego industrial cresceu 0,3%, a quinta expansão consecutiva nessa base de comparação. Ante novembro de 2006, o aumento foi de 3,9%, o maior desde dezembro de 2004.

O economista André Macedo, da Coordenação de Indústria do IBGE, disse que os resultados positivos estão espalhados entre setores e regiões, com destaque para São Paulo. Ainda no acumulado de janeiro a novembro, 13 de 14 regiões tiveram alta no emprego e 12 setores elevaram a ocupação.

Para o consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Econômico (Iedi), Julio Sérgio Gomes de Almeida, o crescimento no emprego está aquém do quadro atual de expansão do setor. ¿No segundo semestre de 2007 chegamos a um novo patamar de crescimento industrial, que não está refletido integralmente nos dados acumulados¿, afirmou.

O aumento da ocupação na indústria ante igual mês de 2006 subiu progressivamente de 0,9%, em fevereiro, para 3,9%, em novembro. Para Almeida, esse último resultado sinaliza a perspectiva de aumento de 3,0% a 3,5% no emprego no setor em 2007.

Segundo Macedo, os segmentos com maior impacto nos dados de emprego e da folha de pagamento são aqueles com maior destaque na atividade industrial, vinculados à produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis, como máquinas e equipamentos (6,6%) e meios de transporte (7,3%).

A folha de pagamento real caiu 3,5% em novembro ante outubro, mas, para Macedo, o resultado não reverte a tendência de expansão. Ele argumenta que o aumento de 6,4% ante novembro de 2006 foi o maior na mesma base de comparação desde dezembro de 2004. A expansão de 5,3% de janeiro a novembro também só perde para o resultado anual de 2004.

O Estado de São Paulo, que responde por 37% do emprego industrial, puxou os resultados na ocupação. A indústria paulista teve o maior crescimento no número de vagas (6,5%) ante novembro de 2006, puxado por máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (19,5%) e meios de transporte (10,4%). De janeiro a novembro, a alta foi de 3,5%. Segundo Almeida, o Estado respondeu por 2,4 pontos porcentuais do crescimento de 3,9% de novembro.

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