Título: Ladrão do Masp passou réveillon na fazenda do pai
Autor: Pereira, Rodrigo ; Godoy, Marcelo
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/01/2008, Economia, p. C7

Polícia de SP afirma que está perto de capturar Moisés de Lima Sobrinho

Rodrigo Pereira e Marcelo Godoy

Apontado como integrante do trio que assaltou o Masp, o foragido Moisés Manuel de Lima Sobrinho, de 25 anos, passou o réveillon com o pai, Manuel Martins de Lima, na fazenda da família em Jataí, cidade agroindustrial do sudoeste de Goiás. O próprio pai de Sobrinho confirmou a informação à Polícia Civil goiana, que saiu na captura do jovem desde que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou sua fotografia, na quinta-feira.

¿Informamos a polícia de São Paulo de que o Moisés é daqui e solicitamos cópia da ordem de prisão. Fizemos as buscas, mas infelizmente não logramos sucesso¿, disse o delegado do 2º Distrito Policial de Jataí, Ederson Bueno Martins Garcia.

Segundo o delegado, Lima contou que o filho chegou na véspera do feriado, mas não sabe de seu paradeiro. Ele disse aos policiais que percebeu certa apreensão do filho, que ¿estava estranho¿ durante as festividades. Não quis, no entanto, revelar ao pai os motivos que o afligiam. ¿Os familiares disseram que só souberam que ele participou do furto no Masp pela imprensa.¿

Garcia explicou que a repercussão do caso fez muitos moradores da cidade, de 85 mil habitantes, procurarem a polícia para passar informações sobre Sobrinho, que até já participou de um programa de culinária na TV. ¿Levantamos que ele já trabalhou no Fórum de Jataí¿, disse o delegado, que agora tenta descobrir como o foragido chegou à fazenda da família, se de fato deixou a cidade, permanece em Goiás ou fugiu para outro Estado - Jataí é cortada por cinco estradas e fica próxima das divisas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas.

A Polícia Civil de São Paulo, que recuperou as telas de Picasso e Portinari há uma semana e prendeu Francisco Laerton Lopes de Lima, de 33 anos, e Robson de Jesus Jordão, de 32, O Robinho, informou que está perto de localizar e deter Sobrinho. Agora, os policiais querem identificar o homem que havia encomendado o furto aos ladrões.

Eles receberiam R$ 1 milhão pelo trabalho, mas a polícia já sabe que esse valor foi aumentado para R$ 5 milhões, pois, após o furto, Robinho pediu mais dinheiro para entregar as telas ao contratante. Robinho alegou que eles não sabiam que os quadros valiam tanto - cerca de R$ 100 milhões - quando aceitaram o serviço.

O fato de o ladrão ter resolvido cobrar mais foi fundamental para que a polícia conseguisse recuperar as obras. Robinho foi preso quando ainda esperava, com os quadros em seu poder,que o responsável por encomendar as telas entregasse os R$ 5 milhões. Para a polícia, esse homem é um intermediário entre os ladrões e o verdadeiro mandante do crime. A função dele seria contratar os ladrões e pagá-los.

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