Título: Indústria tem maior alta desde 2004
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/02/2008, Economia, p. B3

Os investimentos e a demanda interna por automóveis e eletrodomésticos garantiram, em 2007, a maior expansão da indústria desde 2004, de 6%, de acordo com dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção de bens de capital, melhor termômetro dos investimentos no setor, disparou 19,5%. Economistas esperam a reprise de bons resultados em 2008, com crescimento de 5% a 6%.

Segundo o coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales, os principais estímulos para o setor em 2007 foram o aumento da renda, do emprego, do crédito e dos investimentos. Para ele, a expansão de 6% em 2007 pode ser considerada mais expressiva que a de 2004, que ocorreu sobre uma base de comparação elevada: em 2006, a expansão foi de 2,8%.

Já o crescimento de 2004 (8,3%), segundo ressaltou Sales, ocorreu sobre uma variação zero em 2003. Ele destacou também que o ano de 2007 foi marcado pelo aquecimento do mercado interno e sua influência na produção industrial, enquanto em 2004 ¿o arranque da produção havia sido dado pelas exportações¿.

Entre as 27 atividades pesquisadas pelo IBGE, apenas duas responderam por 40% da expansão da indústria no ano passado. A produção de veículos automotores, com alta de 15,2%, liderou o impacto de alta, respondendo, sozinha, por 1,35 ponto porcentual do aumento de 6%. A segunda principal influência veio de máquinas e equipamentos (17,8%), com contribuição de 1,12 ponto.

BENS DE CAPITAL

O forte aumento na produção de bens de capital no ano passado - também o maior resultado desde 2004, quando alcançou 19,7% - ¿é uma característica de qualidade no crescimento da indústria em 2007¿, avaliou Sales.

Essa categoria inclui máquinas, equipamentos e parte de veículos automotores (caminhões e ônibus). Para o economista do IBGE, o resultado ¿cria mais capacidade na indústria para o atendimento ao possível aumento de demanda (interna)¿.

Sales observou que o aumento dos investimentos é comprovado não apenas pela produção de bens de capital, mas também pelas importações desses produtos, que cresceram 33% no ano passado ante 2006.

O economista Julio Sergio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e consultor do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) avalia que o desempenho de bens de capital em 2007 indica um acréscimo na capacidade de produção da indústria no primeiro semestre de 2008, ¿o que significa um problema inflacionário a menos¿.

Em outros setores, a produção de bens intermediários cresceu 4,9%, de bens de consumo duráveis, 9,2%, e bens de consumo semiduráveis e não duráveis, 3,4%.

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