Título: VW trocará peça do Fox que causou acidentes
Autor: Silva, Cleide
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/02/2008, Negócios, p. B10
Argola que decepou dedos de motoristas será retirada; empresa diz que não se trata de recall
A Volkswagen do Brasil decidiu instalar uma nova peça no porta-malas do modelo Fox para evitar ¿eventuais erros na operação de rebatimento do banco traseiro¿, conforme informou em nota divulgada no final da tarde de ontem.
Embora alegue não se tratar de um recall, a montadora publica hoje anúncios em jornais de grande circulação em São Paulo e no Rio de Janeiro e fará o serviço gratuitamente nos automóveis de todos os consumidores que procurarem uma das revendas da marca a partir da próxima semana.
Segundo a Volks, será instalada uma peça adicional no banco traseiro, evitando assim que consumidores coloquem o dedo em uma argola de suporte da alça usada na manobra para movimentar o encosto do assento traseiro para aumentar ou diminuir o espaço do porta-malas.
Há pelo menos oito casos de pessoas que tiveram os dedos mutilados nessa operação. Todos movem ações na Justiça contra a montadora. Outros 14 clientes teriam se ferido.
Na nota, a Volkswagen reitera que a operação do sistema é segura, ¿bastando seguir corretamente as instruções contidas no Manual do Proprietário¿. Diz ainda ter ¿certeza de que não existe problema com o sistema e que não se trata de caso de recall¿, mas de ¿respeito ao compromisso assumido com a satisfação de seus consumidores¿.
Um porta-voz da empresa informou ontem não ter ainda detalhes de como é o formato da peça, que está sendo desenvolvida por um dos seus fornecedores, e nem sobre o serviço de instalação, esclarecimentos que deverão ser repassados na segunda-feira.
Mesmo adotando essa medida, a Volkswagen informou que vai prestar esclarecimentos ao Procon, que na quinta-feira notificou a montadora por causa das informações dos problemas com o Fox. O modelo já teve 520 mil unidades vendidas no País desde 2003.
A montadora informou não ter recebido ainda correspondência do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que também afirmou ter enviado carta à empresa anteontem solicitando esclarecimentos sobre o funcionamento do sistema.
O primeiro caso notificado de mutilação ocorreu em 2004, com o químico Gustavo Funada, hoje com 51 anos. Ele perdeu a ponta do dedo médio da mão direita ao tentar rebater o banco traseiro do carro. O caso mais recente é o do policial Marcos Aurélio Dias, ocorrido em janeiro. Ele teve a ponta do dedo médio mutilada.
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