Título: Melhora dos resultados só deve aparecer em 2009
Autor: Silva, Cleide
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/02/2008, Negócios, p. B10

A GM já teve um alívio no mês passado ao constatar que continua sendo a maior montadora do mundo em vendas, posto mantido agora por 77 anos. Por apenas 3 mil carros, manteve-se à frente da Toyota em 2007, com vendas de 9,369 milhões de veículos. Na produção, ela ficou atrás da montadora japonesa. Também em resultados financeiros, deve amargar mais um ano de perdas, enquanto a concorrente registra lucros seguidos. A melhora só virá em 2009, aposta a GM.

Com as medidas adotadas nos últimos dois anos, como fechamento de fábricas, demissões e redução de custos, a GM conseguiu cortar seus gastos em US$ 9 bilhões por ano. O acordo feito com o sindicato dos trabalhadores, o UAW, resultará em novos e significativos cortes.

O vice-presidente de finanças global, Ray Young, explica que o acordo permitirá a transferência de custos de planos de saúde dos empregados aposentados para um fundo independente em 2010. Também possibilita contratar pessoal a custos 50% menores que os atuais.

¿Com essas ações, esperamos reduzir o custo estrutural da GM de 34% das vendas em 2005 para 25% em 2010.¿ Segundo Young, em 2007 a empresa já atingiu nível de gastos operacionais abaixo dos 30%.

O presidente Rick Wagoner ressalta que a GM mudou a imagem dos seus carros no mercado americano e as vendas em 2007 aumentaram 3%. Os últimos lançamentos, o Buick Enclave, Cadillac CTS e Chevrolet Malibu agradaram os clientes.

A preocupação agora é com o mercado americano, ameaçado por uma crise puxada pelo setor imobiliário. A indústria automobilística deve registrar vendas de 16 milhões de unidades em 2008, prevê Young, volume menor do que o normal, que é de 17,5 milhões de unidades.

Com as medidas que a companhia está adotando, Young acredita que a GM vai conseguir uma estrutura de custo mais competitiva. ¿Quando o mercado interno se recuperar, a GM poderá se beneficiar de forma significativa, como ocorreu no Brasil¿, diz ele.

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