Título: Análise gráfica não indica que alta da bolsa seja firme
Autor: Dolis, Rosangela
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/01/2008, Economia, p. B6

Para entrar em fase de alta consistente, Ibovespa tem de passar dos 58 mil a 59,5 mil pontos, diz analista

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) só mostrará uma tendência firme de recuperação quando voltar a ultrapassar o nível de 58 mil a 59,5 mil pontos. A avaliação é do analista gráfico Fernando Goes, da Win, homebroker da Alpes Corretora. ¿Essa é a próxima resistência a valorizações¿, diz .

¿Antes que isso ocorra, o mercado vai continuar perigoso e a bolsa pode cair até os 50,5 mil pontos.¿ Ontem, o Índice Bovespa subiu 4,45%, para 56.097 pontos, bem abaixo, portanto, do nível de 58 mil pontos que aponta para alta mais consistente.

A análise gráfica procura antecipar movimentos da bolsa a partir do estudo de figuras que seu desempenho desenha num gráfico. Goes explica que a Bovespa ficou ¿presa¿ na figura de uma letra `M¿ (ver gráfico) desde 18 de setembro de 2007 até o dia 17 de janeiro de 2008, oscilando na faixa de 58 mil a 65 mil pontos. ¿No dia 17, rompeu esse `M¿, vindo para o nível de 57 mil, e desenhou uma figura de queda¿, observa.

No gráfico se vê que a primeira metade do `M¿ foi formada de 18 de setembro de 2007 (56.666 pontos) a 26 de novembro (59.023 pontos), com pico em 31 de outubro (65.317 pontos). A segunda metade formou-se com o movimento de 26 de novembro a 17 de janeiro de 2008 (57.036 pontos), com pico em 6 de dezembro (65.790 pontos).

Segundo Goes, ¿quando o `M¿ foi rompido, no dia 17 de janeiro, a bolsa indicou que podia cair até 7 mil pontos, para 53,5 mil, num primeiro momento, e 50,5 mil, num cenário mais pessimista¿. Isso significa um espaço para queda de até 10%.

A queda prevista de 7 mil pontos corresponde à diferença entre o intervalo de 58 mil e de 65 mil pontos em que a bolsa ficou oscilando no período considerado. ¿É essa diferença que se projeta para baixo para estabelecer novos parâmetros de baixas para o mercado¿, explica Goes.

É que na análise gráfica existem níveis de pontos mínimos e máximos onde a bolsa encontra suporte, para estancar queda, ou resistência, para avançar num movimento de alta.

Nesta crise, diz Goes, após o rompimento do `M¿ e a tendência de queda definida em até 7 mil pontos, o primeiro suporte para conter a queda da bolsa estava em 53.500 pontos. ¿Esse suporte foi testado, mas não foi rompido, anteontem, quando a bolsa fechou a 53.709 pontos.¿

FUTURO

Segundo Goes, não há, por enquanto, nenhuma figura indicativa de tendência de alta para a bolsa em seu gráfico.

Ontem, o Ibovespa fechou a 56.097 pontos, mas isso não indica que agora vai seguir direto rumo à resistência dos 58 mil a 59.500 pontos, diz o grafista. Ele acredita que, no meio desse caminho, vai haver muita volatilidade. ¿É essa volatilidade que vai trazer uma configuração mais clara de tendência.¿