Título: Governo percebeu que o remédio era forte demais
Autor: Leal, Luciana Nunes; Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/01/2008, Metrópole, p. C1
A série de anúncios feitos ontem pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, provocou um misto de comemoração e críticas entre especialistas do setor aéreo. Os elogios foram para o fim das restrições de escalas e conexões em Congonhas. ¿O governo percebeu que o remédio era forte demais e, acertadamente, decidiu rever a dosagem para não matar o paciente¿, comparou o coordenador de Segurança de Vôo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenkins. Na avaliação dele, passageiros e empresas aéreas estavam sendo prejudicados pela proibição. ¿A essência de um aeroporto é sua conectividade. Se você veta isso, o terminal está morto¿, comentou.
O professor de transporte aéreo da Universidade Federal do Rio (UFRJ) Respício do Espírito Santo Júnior tem opinião semelhante, mas pondera que a limitação do número de pousos e decolagens ainda é elevada. ¿O governo deu uma resposta emocional à crise e ao acidente e, por isso, teve de voltar atrás. As decisões não tinham embasamento técnico¿, afirmou.
Respício criticou a decisão de Jobim de não construir a terceira pista de Cumbica. ¿Não adianta apenas aumentar o terminal de passageiros. É preciso dar capacidade de pista e de pátio¿, disse. ¿Se a Infraero não tem como investir o necessário, está na hora de avaliarmos a entrada da iniciativa privada nesse setor.¿