Título: Irmãs questionam cotas no MA
Autor: Beckman, Suzana
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/02/2008, Nacional, p. A9
Somente uma delas foi selecionada por universidade
Suzana Beckman
São Luís - Ana Paula e Ana Caroline Ribeiro Fonseca foram aprovadas na primeira etapa do vestibular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). A primeira, para o curso de Direito noturno, dentro do universo de cotas para negros. A outra, para o curso de Comunicação Social, mas na categoria universal, já que seu pedido para ingressar nas cotas foi recusado. A situação não despertaria maior interesse se não fosse por um detalhe: Ana Paula e Ana Caroline são irmãs.
O caso delas não é único. Durante o processo de seleção das cotas para negros no Maranhão foram negadas 343 solicitações.
Caroline, que tenta o primeiro vestibular, se disse indignada. ¿Sempre achei que o sistema de cotas era válido, mas que os critérios eram questionáveis¿, avaliou. Ana Paula, por sua vez, resumiu a situação: ¿Eu acho que foi um erro¿.
FALHA HUMANA
A partir de amanhã, a mãe das garotas pretende dar entrada em uma ação contra a universidade por danos morais. Ela pretende também recorrer ao Ministério Público para garantir às duas filhas o direito às cotas.
Inquirida sobre o assunto, a UFMA não descartou a possibilidade de falha humana no processo de seleção das duas garotas.
O presidente da Comissão de Validação das Cotas para Negros, professor Carlos Benedito Rodrigues da Silva, se prontificou a verificar a entrevista das duas candidatas. Segundo ele, pode ter havido até mesmo erro na hora de transcrever o resultado da entrevista.
¿Além disso, o sistema de cotas não tem a finalidade só de aumentar o porcentual de uma raça na universidade. A opção pelas cotas para negros é também um posicionamento político¿, justificou o professor.
No último domingo, pouco mais de sete mil candidatos fizeram as provas da segunda etapa do vestibular da UFMA. Desses, 1.200 estavam nas cotas para negros.
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