Título: Bush assina amanhã lei de estímulo fiscal à economia
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Fonte: O Estado de São Paulo, 12/02/2008, Economia, p. B4

Pacote envolve US$ 168 bilhões em isenções e abatimentos tributários

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse ontem que o pacote de estímulo econômico de US$ 168 bilhões aprovado na semana passada pelo Senado e pela Câmara dos Representantes ajudará o país a lidar com as incertezas de curto prazo. Ele deve assinar o projeto do pacote, transformando-o em lei, amanhã.

O presidente americano fez breves comentários antes de assinar o Relatório Econômico do Presidente, que foi elaborado por seus consultores econômicos. ¿Este relatório indica que nossa economia está estruturalmente saudável no longo prazo e mostra que estamos lidando com incertezas no curto prazo¿, afirmou.

De acordo com o relatório, a contração nos mercados de crédito teve um impacto ¿brando¿ na economia, mas deve pesar sobre os gastos no futuro. O Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca (CEA, na sigla em inglês) traça um quadro em geral otimista da economia, afirmando que um período de reequilíbrio deve continuar este ano.

O CEA não atualizou sua previsão de seis anos para o Produto Interno Bruto (PIB), divulgada originalmente em novembro, e projeta crescimento maior do que a maior parte dos economistas do setor privado. O conselho, que atualmente inclui apenas o presidente Edward Lazear, ainda prevê expansão de 2,7% para o PIB deste ano. O relatório admite, no entanto, que a crise das hipotecas e as baixas contábeis em grandes bancos representam ¿um novo risco de queda¿ à expansão econômica.

¿Considerando-se a forte estrutura básica da economia, a livre mobilidade da força de trabalho, os impostos relativamente baixos, os mercados de capitais bem equilibrados e a abertura para o comércio, as perspectivas para a continuidade do crescimento nos próximos anos continuam boas¿, afirmou o texto elaborado pelo conselho.

¿O impacto na economia real não-financeira foi brando até agora, não obstante o declínio no investimento residencial nos últimos dois anos¿, destaca o relatório. ¿No entanto, os efeitos do declínio nos preços das residências em algumas partes do país e o aperto no padrão de crédito devem ter algum efeito, ao menos, sobre os gastos do consumidor e das empresas ao longo do tempo.¿

Além das ações de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e de ajuda do governo às residências e devedores, o CEA afirma que a melhor ação é permitir que os mercados se autocorrijam. A Casa Branca não espera que o setor residencial faça qualquer contribuição positiva ao crescimento econômico até 2009.

AGENDA

Em sua carta ao Congresso acompanhando o relatório do CEA, o presidente Bush ressaltou sua agenda de baixos impostos e livre comércio e o recentemente aprovado pacote de estímulo econômico como as mais eficazes formas de lidar com as incertezas.

O relatório afirma que as fortes exportações ajudaram a contrabalançar a fraqueza econômica, respondendo por mais de um terço do crescimento econômico em 2006 e 2007. O dólar fraco é uma razão por trás do crescimento das exportações, admite o documento, juntamente com o aumento da renda no exterior e o crescimento na capacidade de produção dos Estados Unidos.

Com US$ 1,5 trilhão em bens e serviços exportados em 2006, os Estados Unidos estão entre os três maiores exportadores do planeta, ao lado da China e da Alemanha. O relatório não quantifica o impacto do declínio de 22% na taxa de câmbio média do dólar desde 2002.

Em sua carta ao Congresso, o presidente Bush reiterou o pedido para que os congressistas aprovem os acordos pendentes de livre comércio com a Colômbia, o Panamá e a Coréia do Sul.

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