Título: PSOL prepara representação contra Edinho
Autor: Mendes, Vannildo
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/01/2008, Nacional, p. A7

Segundo Chico Alencar, legenda está levantando dados de processos

O PSOL está reunindo todos os dados dos processos contra o suplente de senador Edison Lobão Filho (DEM-MA) para mover uma representação por quebra de decoro e impedir que ele assuma o lugar do pai, Edson Lobão (PMDB-MA), que deixou a vaga para assumir o Ministério de Minas e Energia. Edinho, como é conhecido, é suspeito de usar uma empregada doméstica como laranja para ocultar dívidas e lesar o Fisco, além de ilegalidades na obtenção de concessões de rádio e canal de televisão no Maranhão.

A ação será decidida na primeira reunião do PSOL, em 11 de fevereiro, depois do retorno do recesso parlamentar, segundo informou o líder do partido na Câmara, Chico Alencar (RJ). ¿A situação do senador suplente é muito fragilizada porque, além das graves acusações de que é alvo, ele tem baixa legitimidade por chegar ao cargo, sem voto e sem mérito, mas apenas por ser filho de um cacique político¿, disse.

INDEFENSÁVEL

O deputado ressaltou que a posição de Edinho é tão indefensável que ele próprio admite não assumir o cargo. ¿Ele não deu explicações para os crimes pelos quais é processado e até agora não reagiu com a indignação do injustiçado¿, observou Alencar. ¿O Brasil, que há séculos luta contra a praga do coronelismo, agora vive a era do filhotismo na política.¿

Segundo o líder do PSOL, os termos da denúncia, a ser encaminhada ao Conselho de Ética do Senado, serão analisados com cautela para evitar a frustração de tentativas anteriores. A Casa rejeitou representações do partido contra outros senadores em situação idêntica, como o também ex-suplente Gim Argello (PMDB-DF), por considerar que os crimes atribuídos a ele eram anteriores ao mandato. ¿O País não quer mais ouvir essa desculpa para a impunidade¿, reclamou Alencar. ¿Os fatos pelos quais ele responde foram cometidos antes do mandato, mas os problemas deles derivados são atuais e atentam contra a ética na política.¿

De volta dos Estados Unidos, onde estava em férias com a família, Edinho não quis se manifestar sobre a iniciativa do PSOL. O suplente tem 60 dias de prazo para assumir a vaga de senador. Sua assessoria informou que ele avalia a hipótese de dar uma entrevista coletiva na próxima semana para se defender de todas as acusações e anunciar seu destino político.