Título: Desemprego fecha o ano em 7,4%, o menor desde 2002
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/01/2008, Eonomia, p. B7

Na média do ano, taxa ficou em 9,3%; número de pessoas ocupadas aumentou 3% ante 2006

O mercado de trabalho exibiu recordes positivos no fim de 2007 nas seis principais regiões metropolitanas do País. A taxa de desemprego de dezembro ficou em 7,4%, o menor nível mensal da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em março de 2002. Na média do ano passado, a taxa foi de 9,3%, a menor em seis anos.

Houve aumento da formalidade e do rendimento médio real dos trabalhadores. Para o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, o mercado de trabalho foi marcado por notícias positivas em 2007, como o aumento da ocupação, queda no número de desocupados, recuo na taxa de desemprego e geração de empregos com carteira.

¿São resultados que mostram que o cenário econômico foi favorável e se refletiu no mercado de trabalho.¿ Ele citou como pontos importantes desse cenário a queda na taxa de juros e no risco país, além da manutenção da inflação sob controle. ¿São sinalizações que dão confiança ao investidor para criar postos de trabalho.¿

O número de pessoas ocupadas aumentou 3% no ano passado em relação ao ano anterior, para 20,88 milhões nas seis regiões. Já os desocupados (sem trabalho e procurando emprego) decresceram 4,8% de um ano para o outro, mas ainda somavam 2,13 milhões de pessoas no ano passado.

O rendimento médio real dos trabalhadores ficou, na média do ano, em R$ 1.143,72, com aumento de 3,2% em relação a 2006. A participação do emprego com carteira no total de ocupações subiu de 41,4%, em 2006, para 42,4% em 2007. Para Azeredo, a continuidade da trajetória de expansão da renda responde à maior formalização do mercado de trabalho e, ainda, ¿ao cenário econômico mais favorável¿.

Claudia Oshiro, analista da Tendências Consultoria, também avalia que ¿os resultados do ano passado foram muito positivos, refletindo a expansão da atividade econômica que propiciou a geração de vagas em todos os segmentos¿.

O economista Carlos Henrique Corseuil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), considerou o desempenho de 2007 ¿bastante positivo¿ com destacou para o aumento da ocupação e a queda do desemprego, especialmente no segundo semestre.

Azeredo disse que o recuo da taxa de dezembro em relação a novembro (8,2%) respondeu à menor procura por vaga. Segundo ele, é um mês com componente sazonal muito forte e no qual a taxa cai ou por causa do aumento de vagas temporárias ou porque as pessoas desistem de procurar emprego na última semana do ano. Em 2007, foi a falta de procura que marcou a queda em dezembro, já que o número de ocupados ficou praticamente estável (-0,3%) ante novembro e o de desocupados (sem trabalho e procurando emprego) caiu 10,8% no período.

No rendimento médio real, houve expansão de 0,9% ante novembro e de 2,3% na comparação com dezembro de 2006.