Título: Térmicas podem ser desligadas em fevereiro, diz Lobão
Autor: Goy, Leonardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/01/2008, Economia, p. B11
Segundo ele, chuvas devem encher reservatórios de hidrelétricas
O novo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que as preocupações sobre o abastecimento de energia elétrica estão cada vez mais distantes. ¿Aquela impressão que havia sobre racionamento, não só o governo nunca trabalhou com ela, como está cada vez mais distante¿, disse, após participar de reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
Se a situação dos reservatórios das hidrelétricas de fato melhorar, como prevê o governo, é possível que as usinas termoelétricas, que geram energia mais cara, sejam desligadas até o fim de fevereiro, disse o ministro. Segundo Lobão, as previsões dos institutos de meteorologia estão cada vez mais otimistas com relação ao volume de chuvas.
No início do mês, as preocupações aumentaram por causa do atraso no início das chuvas, o que fez baixar o nível dos reservatórios. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, chegou a declarar que, apesar de pouco provável, não seria impossível haver racionamento neste ano.
Apesar da relativa melhora nos últimos dias, os níveis dos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, os principais do País, ainda estão abaixo do nível de segurança. Os dados mais recentes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que, na quarta-feira, as represas dessas duas regiões operavam com 46,5% da capacidade, 2,1 pontos porcentuais abaixo da chamada ¿curva de aversão ao risco¿, que estabelece o nível mínimo de segurança.
¿As chuvas estão chegando e abastecendo os reservatórios. Em 10 dias, deverão atingir a média histórica dos últimos 77 anos¿, previu o ministro. Segundo ele, a chuva deve até mesmo favorecer a geração de Tucuruí (PA), garantindo o abastecimento do Norte e Nordeste e diminuindo a necessidade de exportação de energia do Sudeste para essas regiões.
Lobão lembrou que, para poupar os reservatórios, o governo acionou cerca de 5 mil MW de energia produzida por termoelétricas. Mas, segundo ele, ¿no fim de fevereiro as térmicas deverão ser desligadas¿.
A decisão de desligar as térmicas, porém, ainda não foi tomada. O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, que deu entrevista ao lado de Lobão, disse que a ordem para parar as térmicas só deve ser dada quando o período úmido estiver estabilizado.
Chipp disse, no entanto, que algumas térmicas poderão ser ligadas ao longo de 2008 por causa da nova metodologia de monitoramento que o ONS colocará em prática, estabelecendo um nível-meta para os reservatórios para o fim de cada ano.
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