Título: Ex-deputado pede abertura de holerites de familiares
Autor: Macedo, Fausto
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/01/2008, Nacional, p. A9

O secretário-geral do PPS e presidente do partido no Paraná, Rubens Bueno, desafiou ontem o governador Roberto Requião (PMDB) a abrir publicamente os holerites de seus familiares empregados no Palácio das Araucárias. ¿Um professor com 30 anos de serviço ganha menos da metade do que ganha em média a família Requião na administração¿, disse.

Em seu terceiro mandato, o peemedebista nomeou diversos familiares, inclusive a mulher, irmãos e sobrinhos, admitidos sem concurso público de provas e títulos. ¿O governador emprega seus parentes sob o argumento de que são competentes e preparados, como se o resto da população não o fosse, como se os 10 milhões de paranaenses fossem incompetentes e despreparados¿, argumenta Bueno. ¿Se os familiares do governador são tão competentes, por que não fazem concurso?¿

Para o presidente do PPS, o governador ¿usa o serviço público do Paraná como se fosse uma propriedade particular¿. Ex-deputado federal, Bueno é autor de ações populares contra o nepotismo no Executivo do Paraná. ¿O governador não recua, isso contamina outros Poderes, porque é a autoridade maior do Estado que dá esse péssimo exemplo. Os vencimentos da família Requião são muito superiores aos daqueles que entram no funcionalismo pela via do concurso¿, sustenta Bueno.

O governador admite que emprega a família. ¿Tenho parentes no governo, mas sou absolutamente contra o nepotismo. A restrição a uma pessoa competente por um laço familiar é estupidez. Nepotismo é favorecer pessoas indevidas em cargos públicos.¿

VOLUNTÁRIO

Lúcia de Mello e Silva Arruda, irmã de Requião, citada pelo PPS, dirige o Provopar Ação Social. Segundo o PPS, ela ganha R$ 11.925. Lúcia nega e afirma que não recebe nada. ¿Realmente sou irmã do governador e presidente do Provopar Ação Social, todavia, não recebo nenhum tipo de remuneração, muito menos possuo cargo junto ao governo do Estado¿, afirmou à reportagem do Estado.

Segundo Lúcia, o Provopar Ação Social ¿é pessoa jurídica de direito privado, entidade filantrópica com intensa atuação na área social e de geração de emprego e renda do Estado, sem nenhuma finalidade econômica ou lucrativa e não compõe a estrutura do Estado¿.

A diretoria do Provopar, anotou Lúcia, é composta por membros voluntários. ¿É vedada qualquer remuneração aos membros que compõem sua diretoria. Jamais tive cargo remunerado junto ao governo do Estado. A função que ocupo é voluntária.¿ Ela atribui a inclusão de seu nome a ¿informações de pessoas mal-intencionadas¿.