Título: Reações à vacina são leves, dizem secretarias
Autor: Leite, Fabiane
Fonte: O Estado de São Paulo, 31/01/2008, Vida&, p. A19

Goiás e Distrito Federal informam que maioria dos pacientes está bem; mas quatro casos graves ainda estão sendo investigados

As secretarias de Estado da Saúde de Goiás e do Distrito Federal informaram ontem que a maioria das pessoas com suspeita de reação à vacina contra a febre amarela notificadas no País não está internada. Um total de 39 pessoas apresentaram apenas manifestações leves, como erupções na pele e febre, de acordo com as pastas.

Já os casos de suspeita de reação grave à imunização são quatro, segundo informações disponibilizadas até agora por secretarias. Em dois deles, registrados em Goiás e São Paulo, há suspeita de que os pacientes tenham recebido a vacina indevidamente, o que denota falhas na rede de assistência de saúde. Ambos os pacientes tinham doenças que enfraquecem o sistema imunológico, o que não indicaria a vacinação.

A secretaria de Goiás investiga uma morte de um vigilante da Universidade Federal do Estado que mesmo já com danos no fígado causados pela hepatite B recebeu a vacina. O caso, que chegou a ser registrado como de febre amarela silvestre, é acompanhado pelo Ministério da Saúde, informou o diretor técnico de vigilância da pasta, Fabiano Pimenta. Especialistas do Instituto Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz farão uma análise do vírus da febre amarela encontrado no corpo do paciente, para saber se é proveniente da vacina, que é feita com o vírus atenuado.

Em São Paulo, a secretaria estadual divulgou o caso de uma mulher que está em coma no Hospital de São Matheus, na zona leste. A paciente, que trabalhava na unidade, recebeu a vacina na rede municipal de saúde de São Paulo apesar de ser portadora de lúpus, doença que também prejudica o sistema imunológico. A secretaria municipal da Saúde diz que a mulher não teria informado ser portadora da doença.

Também em Brasília uma mulher está internada em coma, com suspeita de reação vacinal. Já em Mato Grosso do Sul a morte de um homem é investigada, pois também poderia ter relação com a vacina.

O ministério confirmava até ontem 43 casos de reações adversas, 20 em Goiás, 20 no DF e dois no Amazonas, cuja secretaria não quis informar o estado de saúde dos pacientes. Um outro caso não teve a localização informada. Um total de 20 casos de febre amarela, com dez mortes, já foram notificados.

Desde dezembro de 2007 foram aplicados 6,2 milhões de doses da vacina no País. Para José Geraldo Leite, pesquisador que estuda os eventos adversos da vacina, é preciso aguardar a conclusão das investigações atuais para se saber se os casos de reação estão dentro do esperado. Até 5% dos vacinados têm reações leves. Estudos apontam 1 caso de morte por visceralização a cada 500 mil doses da vacina. A visceralização é uma reação grave em que o paciente desenvolve sintomas iguais ao da febre amarela silvestre por causa do vírus vacinal. As contra-indicações da vacina podem ser consultadas no site www.saude.gov.br e no Disque Saúde (0800- 61-1997).

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