Título: Dilma vira estrela na festa do PT: Sou popular
Autor: Rosa, Vera ; Scinocca, Ana Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/02/2008, Nacional, p. A5

Mais magra, ministra parecia em campanha

Vera Rosa e Ana Paula Scinocca

Sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as estrelas da festa de 28 anos do PT, realizada ontem à noite, em Brasília, foram a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o seu antecessor no cargo, José Dirceu, cassado pela Câmara em novembro de 2005.

Vestida com um terno azul claro e dez quilos mais magra, Dilma roubou a cena, tirou fotos e deu autógrafos. Nome mais forte para a sucessão de Lula em 2010, Dilma parecia em plena campanha. ¿Sou popular¿, dizia, quando era abordada.

Dirceu, com fios de cabelos implantados no Recife, também despertava as atenções e disputava os holofotes. A CPI dos Cartões foi o assunto preferido da festa. ¿Se a oposição quer instalar uma CPI em Brasília, por que não faz uma em São Paulo?¿, perguntava Dirceu, um dos mais animados na pista de dança. Para ele, ao tentar investigar os gastos da família de Lula, a oposição quer apenas fazer disputa política com o PT. ¿Isso é campanha eleitoral de 2008, com o único objetivo de atingir o governo e a família do presidente¿, afirmou o ex-deputado, que hoje responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal acusado de chefiar a quadrilha do mensalão.

Mesmo com sete ministros na festa realizada na Associação Atlética Banco do Brasil, incluindo o titular da Pesca, Altemir Gregolin - um dos recordistas de gastos no uso cartão corporativo -, a comemoração do PT foi morna e a ausência de Lula despertou curiosidade. Ao contrário do presidente, os principais protagonistas do escândalo do mensalão não faltaram, como os deputados Paulo Rocha (PA) e José Genoino (SP).

A festa contou com aproximadamente mil pessoas. O secretário de Finanças do PT, Paulo Ferreira, afirmou que o partido arrecadou R$ 90 mil com o evento. A dívida do PT é estimada em R$ 48 milhões.

Em setembro, o Tribunal Superior Eleitoral proibiu membros do governo federal de contribuir com o partido. Sem o dízimo petista, a arrecadação caiu cerca de R$ 160 mil por mês, estima o partido.

Links Patrocinados