Título: Com a China, um déficit recorde
Autor: Marin, Denise Chrispim
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/02/2008, Economia, p. B6
Em janeiro, saldo negativo foi de US$ 882 milhões
O Brasil registrou em janeiro déficit de US$ 882 milhões no comércio com a China - quase a metade do saldo negativo com aquele país verificado em todo o ano de 2007. Os dados divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as exportações brasileiras para a China somaram US$ 654 milhões e cresceram 17,2% em relação ao mesmo mês de 2007. Mas as importações de produtos chineses no período, de US$ 1,536 bilhão, aumentaram 94,2%.
O resultado do comércio bilateral mostrou-se mais explosivo que o de 2007, quando a China ocupou o segundo posto entre os fornecedores de mercadorias ao Brasil, atrás dos Estados Unidos. Em 2007, essas importações haviam crescido 57,3% em relação ao ano anterior e contribuíram para o déficit de US$ 1,868 bilhão para o País. Em 2007, a China deteve 10,5% do mercado importador brasileiro. Em janeiro, passou a responder por 12,4%.
Em janeiro, até com a África o Brasil registrou déficit - de US$ 52 milhões. O resultado não foi pior porque a Aladi (Associação Latino-americana de Integração, que inclui o Mercosul) e a União Européia garantiram saldos positivos para o Brasil. Com a Aladi, de US$ 1,049 bilhão. Com os europeus, de US$ 611 milhões.
O comércio com os Estados Unidos, principal parceiro do País, fechou o mês com um superávit de apenas US$ 2 milhões.
As exportações brasileiras, de US$ 1,917 bilhão, cresceram 9,2% - bem mais que os 2,2% de 2007. Mas, como reconheceu o secretário interino de Comércio Exterior, Fábio Faria, o resultado é devido à venda de combustíveis, cuja demanda aumenta durante o inverno no hemisfério norte. As importações de produtos americanos tiveram expansão de 40,8% e totalizaram US$ 1,915 bilhão. Em 2007, haviam crescido 27,7%.