Título: Emprego na indústria tem maior alta desde 2001
Autor: Farid, Jacqueline ; Warth, Anne
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/02/2008, Economia, p. B8

Aumento foi de 2,2%, segundo o IBGE; folha de pagamento cresceu 5,4%, a maior variação em 3 anos

Jacqueline Farid e Anne Warth

O mercado de trabalho industrial apresentou no ano passado o melhor desempenho desde 2001, refletindo o aumento da produção do setor. O emprego na indústria cresceu 2,2%, a maior variação anual apurada na série do Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), iniciada naquele ano. A folha de pagamento real dos trabalhadores aumentou 5,4%, a maior variação em três anos.

A economista Denise Cordovil, da coordenação de indústria do instituto, observou que os segmentos com melhor desempenho na produção foram os destaques no emprego. Impulsionados pelo aquecimento da demanda interna, os setores que mais contrataram foram alimentos e bebidas (4%) e meios de transporte (7,7%, incluindo automóveis). A expansão dos investimentos aumentou a ocupação nas empresas de máquinas e equipamentos (7%).

Ela observou que as contratações em 2007, quando a indústria elevou a produção em 6%, responderam ainda mais positivamente ao aumento da atividade do que em 2004, quando a indústria cresceu mais (8,3%), mas a ocupação aumentou apenas 1,8%. Segundo Denise, a estabilidade da economia, que ajudou a elevar os investimentos, também beneficiou o mercado de trabalho do setor.

O aumento na folha de pagamento real, na avaliação de Denise, confirma o aumento do poder de compra dos trabalhadores e a qualidade do emprego criado na indústria. Além disso, a inflação sob controle também contribuiu para a continuidade da trajetória de elevação dos salários do setor, ininterrupta há quatro anos.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, o crescimento do emprego industrial demonstra não apenas a criação de postos de trabalho, mas também é reflexo direto da inflexão do movimento de informalidade que vinha sendo constatado no setor. ¿A terceirização e a informalidade diminuíram, e o emprego com carteira assinada voltou a predominar.¿ Para a CUT, a tendência é de que o mercado de trabalho industrial continue aquecido em 2008.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) não é tão otimista. Em documento, ressalta que no ano passado o emprego industrial ¿teve um desempenho favorável, mas não brilhante¿. A avaliação é que o desempenho só melhorou mais significativamente no fim do ano, quando houve aceleração nas contratações, respondendo a uma maior intensidade de ritmo no crescimento da produção.

DESEMPREGO

A taxa de desemprego total caiu de 16,8% em 2006 para 15,5% em 2007 nas seis regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), parceria entre a Fundação Seade e o Dieese. É a menor taxa da série desde o início da pesquisa, em 1998.

O contingente de desempregados foi estimado em 3 milhões, 180 mil a menos que em 2006. O desemprego caiu em todas as seis regiões pesquisadas e encerrou o ano com 15,5%, a menor taxa da série desde o início da pesquisa, em 1998.

O rendimento médio real dos ocupados cresceu 1,3% em 2007, na comparação com 2006, e passou a valer R$ 1.066.

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