Título: Bush sanciona pacote que vai injetar US$ 168 bilhões na economia
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Fonte: O Estado de São Paulo, 14/02/2008, Economia, p. B12

Governo americano quer estimular consumo e investimento por meio de isenções fiscais; receita já foi usada em 2001

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, sancionou ontem o pacote de estímulo à economia de US$ 168 bilhões - dos quais US$ 152 bilhões serão aplicados ainda em 2008 -, aprovado na semana passada pelo Senado e pela Câmara dos Representantes.

¿Sei que muitos americanos estão preocupados com o nosso futuro econômico¿, disse Bush, durante a cerimônia de assinatura do projeto, que descreveu como uma ¿injeção de fortificante¿ para a economia. ¿O Congresso aprovou uma peça de legislação realmente boa.¿

O plano prevê restituições de impostos federais de US$ 300 a US$ 600 para indivíduos e de US$ 1.200 para casais, além de US$ 300 adicionais por criança. Empresas terão direito a isenções fiscais - o governo abriu mão de 50% dos impostos cobrados na aquisição de novos equipamentos.

O objetivo do governo é estimular o consumo, que responde por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) americano, e o investimento corporativo. Essa foi a receita já usada pela administração Bush em 2001, quando os EUA enfrentaram sua última recessão.

O governo estima que os cheques com os abatimentos tributários chegarão aos 130 milhões de cidadãos aptos a recebê-los nas próximas semanas.

Além dessas duas medidas principais, o limite dos empréstimos para casa própria da Administração Federal de Habitação foi elevado para mais de US$ 700 mil; as agências federais de crédito imobiliário (Fannie Mae e Freddie Mac) terão o preço máximo dos imóveis que podem financiar elevado para US$ 729.750. Nesse caso, a intenção é diminuir os efeitos da crise imobiliária no país.

¿Os congressistas resistiram à tentação de encher essa lei com emendas não relacionadas ou gastos desnecessários, e eu aprecio isso. Agradeço aos membros do Congresso por agirem rapidamente¿, disse Bush.

O pacote é uma tentativa do governo de evitar que o país entre em recessão. A idéia começou a ser estudada na segunda semana de janeiro. No dia 18, Bush fez um breve pronunciamento, no qual anunciou as linhas gerais do plano. A recepção no mercado financeiro, que então vivia momentos de muita tensão, foi morna.

No dia 25 do mesmo mês, a Casa Branca anunciou um acordo bipartidário com a Câmara dos Representantes que previa uma injeção total de US$ 150 bilhões na economia. O projeto seguiu, então, para o Senado, onde encontrou mais resistências.

Naquela casa, a discussão durou até a semana passada, quando finalmente parlamentares de oposição (democratas) e situação (republicanos) acertaram os ponteiros. A principal diferença em relação ao plano original foi a inclusão de idosos e veteranos de guerra deficientes.

Por causa da deterioração na situação econômica do país, políticos democratas chegaram a sugerir, nos últimos dias, um novo plano de estímulo. Ontem, o secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, descartou a idéia. ¿Não apoio um segundo pacote e, mais importante, nem o presidente nem nenhum de nós apóia¿, disse, em entrevista à TV Bloomberg. ¿Estamos focados neste (o atual plano) e queremos fazê-lo funcionar.¿

Paulson voltou a afirmar que não acredita que o país entre em recessão. ¿A economia é diversificada e forte, e os fundamentos de longo prazo são saudáveis.¿

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