Título: Coca-Cola vai investir R$ 1,5 bi no Brasil em 2008
Autor: Ribeiro, Marili
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/02/2008, Economia, p. B17

Vendas da empresa cresceram 16% no País no ano passado, enquanto a receita subiu 20%

Marili Ribeiro

Com um crescimento no volume de vendas de 16% em relação ao ano anterior - boa parte dele em função das aquisições da Del Valle, fabricante de sucos, e da Matte Leão, de chás -, o sistema Coca-Cola Brasil fechou 2007 com vendas de 8,53 bilhões de litros de bebidas e um faturamento de R$ 12 bilhões, um crescimento de 20%. A empresa também anunciou que vai investir R$ 1,5 bilhão no País este ano.

¿É o melhor desempenho do Brasil nos últimos três anos¿, disse o presidente da empresa no País, Brian Smith. Em 2006, a Coca-Cola Brasil já havia crescido 9% em relação ao ano anterior. O resultado de 2007 ganha ainda maior destaque, na opinião de Smith, porque ¿acontece num momento em que a companhia cresce no geral¿. O volume de vendas global da Coca-Cola em 2007 subiu 6%. A companhia faturou no ano passado US$ 28,8 bilhões, 20% mais que no ano anterior.

Uma das razões do bom desempenho no Brasil, na avaliação da vice-presidente de marketing da empresa, Marisol Angelini, é a atual fartura do portfólio. ¿Há três anos tínhamos entre 40 e 50 produtos, e hoje temos mais de 150¿, diz. A marca de água Aquarius Fresh, por exemplo, entrou no mercado há pouco mais de um ano para concorrer com a marca da rival PepsiCo, a H2OH. No balanço do ano, a água da Coca detém 0,6% de participação no segmento de águas, enquanto a da Pepsi lidera, com 1,5%.

Marisol diz que lançamentos como a água Aquarius, o suco de laranja Minute Maid, além da versão menos calórica da Coca-Cola, batizada de Zero, impulsionaram as vendas.

Nos EUA, as vendas de águas e energéticos cresceram 11%, enquanto as bebidas gaseificadas aumentaram apenas 4%. A companhia criou uma medida interna para aferir sua capacidade de expansão. Segunda ela, os mexicanos são os líderes globais de consumo, com 500 doses per capita por ano, ou cerca de dois copos por dia por pessoa. Os americanos vêm em segundo lugar, com pouco mais de 450 doses. Já os brasileiros bebem apenas 180 doses por ano per capita, ou menos de um copo por dia.

No Brasil, a Coca Zero cresceu. Mas também em cima da perda de mercado da Coca Light, que caiu de 3,4% de participação de mercado, em 2006, para 2,4% no ano passado, pelos dados da empresa de pesquisas Nielsen.

No geral, o mercado de refrigerantes, que vem aos poucos deixando de ser a menina dos olhos das grandes companhias de bebidas não-alcoólicas, aumentou para esses players globais no Brasil. A melhoria do poder de consumo da população de baixa renda vem favorecendo a migração das chamadas tubaínas para os refrigerantes das grandes companhias.

A AmBev, parceira da PepsiCo e dona do Guaraná Antarctica, entre outros gaseificados, aumentou sua participação de mercado de 17,1%, em 2006, para 17,5% no passado. Já a Coca-Cola, pulou de 54,6% para 55,9%.

Há apostas de que a Coca trará em breve para o País seu mais recente produto, uma água vitaminada que comprou nos EUA no ano passado por US$ 4,1 bilhões. Também há especulações sobre a possibilidade de a Coca-Cola comercializar aqui a sua marca de energético, o Powerades, líder nos EUA, e que viria para concorrer com o Gatorade, da Pepsi.

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