Título: Lap Chan nega venda da VarigLog aos Correios
Autor: Komatsu, Alberto
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/02/2008, Negocios, p. B18

Sócio da VarigLog envia carta a Hélio Costa rejeitando a negociação

O fundo americano de investimentos Matlin Patterson - dono de 60% do capital da VarigLog por meio da Volo Logistics LLC - informou ontem que não tem interesse em vender a ex-subsidiária de cargas e logística da Varig para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Nesta semana, o presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, deram declarações à imprensa favoráveis à negociação. A Variglog informou que não se pronunciaria.

¿Causa-nos espanto e estranheza o conteúdo de mencionadas reportagens porquanto a Volo Logistics LLC tem planos de expansão para as atividades de sua subsidiária Varig Logística S.A., não tendo interesse, no presente momento, na alienação de parte ou totalidade da referida empresa para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos¿, declarou Lap Wai Chan, representante do Matlin Patterson no Brasil, por meio de uma carta enviada a Custódio, com cópia para o ministro Costa.

Custódio disse recentemente que desde 2006 os Correios vem conversando com companhias aéreas para firmar uma parceria na área de logística. No entanto, o projeto de ter uma estrutura própria, segundo ele, veio da CPI dos Correios e do Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com o executivo, em janeiro ele foi procurado pelo presidente da VarigLog, João Luiz Bernes de Sousa, perguntando se havia interesse em uma parceria com a companhia.

O Matlin Patterson trava duelo judicial com seus três sócios brasileiros. São eles Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo, que possuem 80% do capital votante, sendo que a Volo LLC tem os 20% restantes. A legislação do setor permite que estrangeiros tenham no máximo 20% do capital votante de uma empresa aérea. A Volo LLC foi criada para constituir a Volo do Brasil, controladora da VarigLog, e detém 100% dos papéis preferenciais da empresa, além dos 20% das ações ordinárias.

A disputa nasceu desde que a VarigLog vendeu a Varig para a Gol por US$ 320 milhões em abril de 2007. O Matlin Patterson cobra na Justiça US$ 186 milhões que aportou na empresa e que seus sócios brasileiros deveriam ter devolvido. No entanto, parte desse dinheiro foi enviado para uma conta da empresa na Suíça, conforme executivos da companhia informaram à imprensa. O Matlin conseguiu bloquear essa conta na Justiça e o fluxo de caixa da companhia ficou prejudicado.

A briga entre e o fundo e os sócios brasileiros inclui trocas de denúncias até de extorsão. Hoje, a 17ª Vara Cível de São Paulo realiza audiência para julgar um pedido de liminar do Matlin que pede o afastamento dos sócios brasileiros por gestão temerária e desvio de recursos. Procurados pelo Estado, os sócios brasileiros não quiseram se pronunciar.

PILOTOS

A VarigLog está assistindo a uma debandada de pilotos desde o final do ano passado. O Sindicato Nacional dos Aeronautas estima que cerca de 50 profissionais já pediram demissão, em busca de segurança em companhias de vôos regulares de passageiros. Além disso, oito pilotos foram demitidos, conta um comandante dispensado que falou sob a condição de não ter o seu nome revelado. De acordo com ele, sua demissão foi ¿política¿, pois denunciou irregularidades. Como a VarigLog tinha em torno de 120 pilotos, teria restado metade do quadro original de profissionais.

BRIGA COM OS SÓCIOS

O início: A VarigLog vendeu a Varig para a Gol por US$ 320 milhões em abril de 2007. O Matlin Patterson é dono de 20% do capital votante da VarigLog. O resto está nas mãos de três brasileiros.

Cobrança: O fundo americano cobra na Justiça US$ 186 milhões que aportou na Varig e que seus sócios brasileiros deveriam ter devolvido. Os sócios brasileiros são Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Luiz Eduardo Gallo. Segundo o Matlin Patterson, parte do dinheiro teria sido enviada para uma conta da empresa na Suíça. Os brasileiros dizem que é dinheiro da empresa e não houve desvio para contas pessoais.

Bloqueio judicial: O Matlin Patterson conseguiu bloquear a conta suíça na Justiça e o fluxo de caixa da companhia ficou prejudicado.

Acusações: A briga entre e o fundo e os sócios brasileiros inclui trocas de denúncias, entre elas extorsão. Hoje, a 17ª Vara Cível de São Paulo realiza audiência para julgar um pedido de liminar do Matlin que pede o afastamento dos sócios brasileiros por gestão temerária e desvio de recursos.

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