Título: Base ficou com 77% dos cargos-chave desde 2003
Autor: Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/02/2008, Nacional, p. A4

Os partidos que integram a base aliada ficaram com o controle de cargos estratégicos na imensa maioria das CPIs instaladas desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dados levantados nos sites da Câmara e do Senado apontam que, das 24 comissões que foram instaladas e prosperaram desde 2003, 77% dos cargos de presidente e relator ficaram com siglas que integram a coalizão. Foram 37 aliados escolhidos, de um total de 48 cargos.

O levantamento levou em conta apenas a composição das CPIs no momento em que foram instaladas e não os titulares na entrega dos relatórios. Além disso, os dados consideraram as características da base no momento da criação da comissão. Relatores e presidentes do PPS antes de 2004, por exemplo, foram considerados membros da base aliada.

Os dados mostram uma vantagem significativa do PT na hora de decidir quem ocupará posição estratégica numa CPI. A legenda teve 14 nomeações desde 2003, sendo 4 presidentes e 10 relatores. Em seguida vem o PMDB, com 11 nomes. Foram 4 presidentes e 7 relatores.

Apesar da predominância de integrantes da coalizão governista no comando das comissões, o antigo PFL, hoje DEM, conseguiu ficar com a presidência de 4 CPIs e a relatoria de outras 3, totalizando 7 posições. O PSDB, por sua vez, obteve 4 presidências, mas não ficou com nenhuma das relatorias.

O hoje PR, nascido da fusão do PL e do Prona, teve 5 de seus parlamentares alocados em postos estratégicos em comissões, com 4 presidentes e 1 relator. O PSB teve 1 relatoria e 1 presidência e o PPS conseguiu 2 presidências. As demais posições foram preenchidas por PV, PC do B e PP, com 1 relatoria cada.

POLÊMICAS

O predomínio da base também marcou investigações polêmicas, que atingiram diretamente o governo. A CPI dos Correios ficou nas mãos dos senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Osmar Serraglio (PMDB-PR), que ocuparam respectivamente a presidência e a relatoria. Já na CPI do Mensalão, o presidente foi Amir Lando (PMDB-RO) e o relator, Ibraim Abi-Ackel (PP-MG).

A exceção ficou por conta da CPI dos Bingos, presidida por Efraim Morais (DEM-PB). A relatoria, entretanto, ficou com o hoje presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).

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