Título: Produção da Vale bate recorde, mas fica abaixo da meta de 2007
Autor: Ciarelli, Monica
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/02/2008, Negócios, p. B22

Houve avanço nos principais produtos da Vale, incluindo o minério de ferro, com aumento de 12% na produção

A Vale bateu em 2007 recorde de produção em quase todos os seus segmentos de atuação. Apesar do bom desempenho, a companhia não conseguiu atingir a meta de produção de 300 milhões de toneladas de minério de ferro. Mas chegou perto ao contabilizar a marca histórica de 259,9 milhões de toneladas, o que representa aumento de 12% em relação a 2006.

Em relatório divulgado ontem, a mineradora explica que a produção foi prejudicada pelas chuvas, por problemas com equipamentos e peças de manutenção e por invasões de movimentos de sem-terra no complexo de Carajás, o que interrompeu as operações em novembro. Entre 2001 e 2007, a produção de minério de ferro cresceu à taxa média anual de 14,1%.

A mina de Carajás, que detém as maiores reservas de minério do mundo, alcançou em 2007 o patamar histórico de 1 bilhão de toneladas produzidas desde o início de suas operações em, 1985. Com a marca atingida em 2007, de produção de 91,7 milhões de toneladas, Carajás mais do que dobrou ao longo dos últimos 10 anos.

O relatório destacou ainda que a companhia bateu recorde na produção de pelotas (17,6 milhões de toneladas), níquel refinado (248 mil toneladas), cobre (284 mil toneladas), bauxita (9,1 milhões de toneladas), alumina (4,3 milhões de toneladas), alumínio (551 mil toneladas), caulim (1,3 milhões de toneladas) e cobalto (2,5 mil toneladas).

A nova mina de bauxita de Paragominas, no Pará, que começou a operar em abril, e continua em fase de expansão, produziu 1,9 milhão de toneladas em 2007. A exploração de Paragominas, que deverá se constituir numa das maiores operações de bauxita do mundo, é considerada como um marco na produção de alumínio da Vale.

Segundo a Vale, o resultado histórico nas atividades de níquel é um dos mais importantes indicadores do sucesso na integração da canadense Inco, comprada em outubro de 2006.

A empresa canadense foi a última compra de peso da Vale, que agora está envolvida em uma nova negociação com a anglo suíça Xstrata, quinta maior mineradora do mundo. Segundo fontes, o valor que foi oferecido pela Vale em sondagens com os donos da Xstrata ficou abaixo das expectativas. O mercado aposta em uma nova oferta.

Ontem, o Wall Street Journal, disse que está havendo uma ¿dança pré-acordo¿. A divulgação da produção recorde da Vale - duas semanas antes do previsto - faria parte da estratégia de negociação. Para elevar a cotação das ações, a Vale teria inclusive contratado a empresa de relações públicas britânica Tulchan Group.

Mas nem todos os resultados de produção divulgados ontem foram bons. O mais importante deles foi o manganês, que apresentou uma queda de 40,5% na produção, para 1,333 milhão de toneladas. A Vale diz que a mina de Azul, em Carajás, teve suas operações suspensas entre julho e dezembro para que o transporte de minério de ferro tivesse prioridade.

O relatório informa ainda que outros minérios também tiveram uma desaceleração no ano passado. A produção de platina caiu 8,7%, para 140 mil onças troy, a de paládio baixou 8%, para 191 mil onças troy, a de ouro apresentou uma redução de 3,6%, para 75 mil onças troy), a de prata diminuiu 13,6%, para 2,199 milhões de onças troy) e a de potássio registrou queda de 8,4%, para 671 mil toneladas.

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