Título: Farc libertarão outro refém, diz Piedad Córdoba
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Fonte: O Estado de São Paulo, 21/02/2008, Internacional, p. A7

Senador seqüestrado há 6 anos seria solto como gesto de boa vontade da guerrilha a Chávez

EFE, AP E AFP

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) devem libertar em breve o refém Luis Eduardo Gechem, anunciou ontem sua esposa, Lucy de Gechem. Ela diz ter recebido a informação da senadora colombiana Piedad Córdoba, que está ajudando o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a negociar com a guerrilha a libertação dos 44 presos políticos em seu poder.

¿Ela (Piedad) me disse que Jorge Eduardo vai ser libertado logo e que eu devo esperar notícias nos próximos dias¿, afirmou Lucy à rádio colombiana Caracol, pouco depois da celebração de uma missa em Neiva, na província de Huila, para marcar os seis anos de cativeiro do senador.

Gechem era presidente da Comissão de Paz do Senado colombiano quando foi seqüestrado, em 2002, numa ação espetacular. Os guerrilheiros obrigaram o avião comercial no qual ele estava a fazer um pouso forçado em uma estrada no meio da selva. Segundo ex-reféns que estiveram com Gechem em cativeiro, o ex-senador sofre de problemas cardíacos e tem dores constantes na coluna.

No fim da noite de ontem, o chanceler francês, Bernard Kouchner, que esteve em Caracas reunido com Chávez, também confirmou a libertação de um quarto refém, embora Kouchner não tenha revelado a identidade da pessoa que seria libertada.

No início do ano, as Farc entregaram ao governo venezuelano Clara Rojas, assessora da ex-candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betancourt, e a ex-senadora Consuelo Gonzáles de Perdomo. Há três semanas, a guerrilha anunciou que libertaria mais três reféns: os ex-parlamentares Gloria Polanco, Luis Eladio Pérez y Orlando Beltrán Cuéllar.

A medida seria um gesto de retribuição pelos esforços de Chávez para conseguir um acordo humanitário entre as Farc e o governo colombiano. A guerrilha se diz disposta a trocar os 44 reféns políticos por 500 rebeldes presos. As negociações, porém, não avançam porque as Farc exigem uma zona desmilitarizada, demanda que Bogotá se recusa a cumprir.

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