Título: Empresa afirma que cumpre legislação do País
Autor: Ogliari, Elder
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/03/2008, Nacional, p. A10
O vice-presidente da Stora Enso para a América Latina, Otávio Pontes, assegura que a empresa age de acordo com a legislação brasileira. As transações com proprietários gaúchos baseiam-se em leis dos anos 80 e 90 que não diferenciam ¿empresa brasileira¿ e ¿empresa brasileira com capital estrangeiro¿. Legalmente, as duas estão aptas a adquirir terras.
Existem técnicos do Incra, no entanto, que defendem que ainda está em vigor uma lei de 1971, que impõe restrições aos estrangeiros. Eles também apontam o fato de se tratar de região de fronteira, o que exigiria a aprovação de autoridades da área de segurança nacional.
A Stora Enso, segundo seu representante, está disposta a cumprir todas as exigências. O problema, diz o seu vice-presidente, é que o Incra se opõe sistematicamente ao negócio - o que o leva a acreditar em razões políticas: ¿Cumprimos as exigências, mas o projeto não anda.¿
A criação de uma segunda empresa para o registro de terras foi a alternativa encontrada pela Stora Enso para vencer a resistência do Incra: ¿Falam que usamos laranjas, mas tivemos que usar esse recurso para continuar trabalhando no meio de tanta insegurança jurídica.¿
A Stora Enso é líder mundial no mercado de papel e está presente em 40 países. Seus investimentos no Brasil estão diretamente relacionados à alta produtividade do eucalipto no País: cinco vez maior que nos Estados Unidos; e 25 vezes maior que na Suécia.
A interferência no meio ambiente é pequena, observa Pontes: ¿O eucalipto cresce com pouca água e a interferência no clima é quase a mesma da mata nativa.¿ Ele também lembra que quase 40% das áreas adquiridas são destinadas à recuperação de matas nativas.