Título: Decisão surpreende ministro da Educação
Autor: Oliveira, Ribamar
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/02/2008, Nacional, p. A6
Haddad sabia que fim do salário-educação era possível, mas não foi informado
O Ministério da Educação (MEC) foi atropelado pelo anúncio do fim do salário-educação, feito na manhã de ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, aos líderes dos partidos da base governista. Apesar de saber que a proposta era discutida, o ministro Fernando Haddad não foi informado de que uma decisão havia sido tomada e que já fazia parte da proposta oficial de reforma tributária.
O salário-educação, que alcançou R$ 7,1 bilhões em 2007, representa 60% do Orçamento do MEC e sustenta os principais programas. É dos 2,5% descontados em cima da folha de pagamento das empresas que saem os recursos para bancar merenda escolar, programa nacional do livro didático, transporte escolar, reforma e construção de escolas, entre outros.
A intenção de Haddad é se reunir com Mantega para saber exatamente qual a decisão do governo. Apesar de se entenderem bem do ponto de vista político e administrativo, o ministro da Fazenda não tomou a iniciativa de contar a seu colega da Educação sobre o anúncio que faria ontem aos líderes do Conselho Político.
ALTERNATIVAS
Nas conversas preliminares, em que Haddad havia sido informado das negociações, foi mencionado que a arrecadação poderia sair da folha de pagamento para o faturamento das empresas.
Na semana passada, em conversa com Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que não faltariam recursos para a Educação. Mais do que isso, afirmou que pretendia chegar a investir o equivalente a 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área, uma meta pedida há tempos pelo titular da pasta. Hoje, o investimento brasileiro está em torno de 4,5% do PIB.
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