Título: EUA destroem satélite espião e voltam a defender projeto de escudo antimíssil
Autor:
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/02/2008, Internacional, p. A16

Ap e Reuters

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, afirmou ontem que a destruição de um satélite espião americano desativado prova que o o sistema de defesa antimíssil americano funciona. O satélite foi destruído, com um míssil, porque carregava material tóxico, apresentando risco à Terra.

Horas após a China reclamar da missão - alegando que ela poderia prejudicar a segurança espacial -, Gates disse que os EUA podem passar aos chineses informações sobre a destruição do míssil. ¿Já havíamos divulgado muitos dados, mas estamos dispostos a compartilhar informações que sejam apropriadas¿, afirmou o secretário.

Segundo o general James Cartwright, destroços do satélite poderiam cair no Oceano Pacífico e no Atlântico, mas por serem muito pequenos, não causarão danos à Terra.

Ele disse ter ¿um alto grau de confiança¿ de que o míssil tinha atingido exatamente o ponto planejado: o tanque de combustível do satélite, que estava carregado com hidrazina. Se caísse na Terra, o tanque (de 450 quilos) poderia liberar a substância, que é altamente tóxica e pode causar danos nos olhos e no sistema respiratório, queimaduras na pele e também ser absorvida pelo sangue.

O Pentágono negou que a operação tenha sido uma resposta aos testes que a China realizou no ano passado, quando também destruiu um satélite. Na época, os testes provocaram temores de uma corrida de armas espaciais.

Como era altamente elaborado e inédito, o plano dos EUA causou preocupação de alguns líderes internacionais. Eles sugeriram que a verdadeira intenção da missão era testar as armas espaciais, que podem ser usadas para derrubar satélites de comunicação e de espionagem de outras nações.

Logo após o lançamento ser anunciado, Pequim afirmou que estava alerta para a possibilidade de destroços caírem em seu território. ¿A China está acompanhando de perto os possíveis danos causados pela ação americana¿, disse o porta-voz da chancelaria chinesa, Liu Jianchao. ¿Pedimos aos EUA que atendam às obrigações internacionais e forneçam os dados relevantes (sobre a missão de ontem) para que os países possam tomar as precauções necessárias¿, disse o porta-voz.

Moscou afirmou que ações como essa podem ser usadas para encobrir testes de novas armas espaciais.

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