Título: País impõe respeito, diz Mantega
Autor: Nakagawa, Fernando
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/02/2008, Economia, p. B1
Brasil se aproxima do grau de investimento, diz ministro
O fato de o País ter se tornado credor líquido, isto é, com mais reservas cambiais que dívida externa, vai acelerar a obtenção do grau de investimento. A avaliação foi feita ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A situação atual, disse o ministro, permite ao Brasil ¿impor respeito¿ em meio à crise de crédito internacional.
O grau de investimento é uma indicação das agências de classificação de risco de que investir em um país com esse conceito é mais seguro. Mantega, que esteve ontem no Rio, comemorou o fato de, pela primeira vez na história, as reservas, de US$ 188,5 bilhões, terem superado a dívida externa pública e privada, de US$ 184,5 bilhões.
¿O Brasil sempre deveu para alguém desde 1500¿, disse ele, citando Portugal, Inglaterra, Estados Unidos e Clube de Paris. ¿As nossas reservas superam o que se tem para pagar¿, afirmou, com a vantagem de que o crédito é ¿à vista¿ e a dívida, de longo prazo. Ele lembra que, nos momentos em que faltava crédito internacional e a dívida externa brasileira era muito superior às reservas, havia um ¿efeito deletério sobre a economia¿. ¿Quando havia crédito internacional abundante, tudo ia bem. Mas, quando faltava crédito e a taxa de juros era elevada, a coisa apertava.¿
O ministro chegou a comentar que o cenário atual ¿habilita o País a ter um papel de protagonista no cenário internacional¿. De acordo com ele, essa situação ¿veio para ficar¿ e a economia brasileira vai continuar aumentando as reservas.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o relatório do Banco Central mostra que o País está ¿num momento excepcional¿. O Brasil cresce com inflação controlada, emprego em alta e o menor desemprego ¿em muitos anos¿. Bernardo disse que, quando for divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) de 2007, o País terá completado 24 trimestres de crescimento ininterrupto. Para ele, a crise internacional não trará problemas ao Brasil.
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