Título: Perícia médica vira calvário
Autor: Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/02/2008, Economia, p. B5
De posse de dois laudos médicos, de um neurologista e um fisioterapeuta, o ex-motorista de ônibus Daniel de Barbosa de Paula, 52 anos, peregrinou ao longo de 2007 em agências da Previdência de São Paulo em busca da reativação do seu auxílio-doença.
Teve todas as tentativas de reconsideração negadas. ¿Eu não tenho nenhum prazer em me manter afastado do trabalho¿, diz Daniel de Paula.
O ex-motorista recebeu o benefício por quase dois anos, após ter ficar afastado do trabalho em razão das dores crônicas originadas de uma lombalgia (dores na parte inferior das costas). Os médicos particulares consultados continuam atestando que De Paula tem a doença e isso o incapacita para o trabalho de motorista.
Mas a perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) discorda, dizendo que os exames não atestam incapacidade total. ¿Isso se reflete em falta de renda, pois nem posso voltar ao antigo emprego nem recebo auxílio da Previdência¿, desabafa De Paula.
Situação semelhante vive o ex-trabalhador rural José Maria Rodrigues de Araújo, 40 anos, na cidade goiana de Santo Antônio do Descoberto, localizada a 45 quilômetros de Brasília. ¿Faço um trabalho aqui e ali, quando as dores deixam¿, relata, acrescentando que atualmente é uma espécie de ¿faz tudo¿ de um ferro velho localizado próximo a sua residência.
Araújo foi diagnosticado com hérnia de disco, uma doença da coluna que se reflete também em dores nas pernas e, em casos mais agudos, leva à dificuldade de locomoção. Ele conta que permaneceu afastado mediante o recebimento do auxílio-doença por dois anos, até o início de 2006 e, após muitos recursos negados, desistiu de procurar o INSS em 2007.
Links Patrocinados