Título: Para ministro argentino, AL vê a situação de longe
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/03/2008, Economia, p. B1

Nunca a América Latina esteve em uma situação tão confortável nos últimos 30 anos como agora para enfrentar uma situação de turbulência. Essa é pelo menos a análise do presidente do Banco Central da Argentina, Martin Redrado. 'Pela primeira vez, a América Latina está vendo a situação de longe. Não há urgências na América Latina', disse o argentino. Segundo ele, o mercado está fazendo uma separação entre as economias emergentes, que contam com amplos superávits comerciais e fiscais, dos demais países menos preparados.

'A capacidade hoje de resistir (à crise) é importante e está ligada ao superávit das economias', disse. Para ele, os exportadores de commodities agrícolas devem continuar sendo beneficiados, já que a demanda e os preços por esses produtos tendem a se manter altos nos próximos meses.

Redrado, porém, evitou comentar a pressão inflacionária em seu país, motivo de preocupação também para o Mercosul.

Ainda sobre o Mercosul, Redrado disse que Brasil e Argentina querem adotar moedas locais para o comércio entre os dois países a partir de junho. Segundo ele, com a atual turbulência global, os países do Mercosul ampliaram a troca de informações financeiras e sobre o controle fiscal.

A idéia da adoção da convertibilidade direta do real para o peso no comércio tem como objetivo dispensar o uso do dólar e, assim, reduzir custos de transação.

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