Título: Quito anuncia prisão de supostos rebeldes
Autor: Costas, Ruth
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/03/2008, Internacional, p. A28

Assustados, cinco detidos que sobreviveram a bombardeio negam participação nas Farc

Expedito Filho

Militares equatorianos capturaram, na quinta-feira, cinco supostos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que ainda estavam na região onde ocorreu o bombardeio colombiano, que resultou na morte de Raúl Reyes, número 2 do grupo esquerdista. Eles foram presos vagando pela área, sem comida e munição. Para os militares, eles não tinham mais como seguir com as operações na selva.

A reportagem do Estado esteve com os cinco guerrilheiros na delegacia policial de Lago Agrio. Os cinco limitaram-se a negar a participação nas ações das Farc. Com gestos, eles negaram que estavam no acampamento com Reyes. Mas as evidências demonstravam justamente o contrário. Além de estar vagando na região próxima do acampamento, os cinco ainda carregavam armamento em uma mochila. Eles tinham uma metralhadora, um tubo com explosivos e outra pequenas armas que a polícia não mostrou.

São todos jovens - dois deles, menores de idade. Aparentavam origem camponesa e pareciam assustados com a prisão.

Com a prisão dos cinco guerrilheiros, aumenta para oito o número de sobreviventes dos ataques de sábado resgatados - entre eles duas colombianas e uma mexicana, que estão internadas no Hospital das Forças Armadas em Quito.

Os presos estavam entre os 20 guerrilheiros sobreviventes do bombardeio colombiano, de acordo com estimativas de fontes militares do Equador. O Exército equatoriano, que continua vasculhando a área, encontrou ontem mais um corpo, aumentando para 24 o número de mortos. A busca por mais corpos e fugitivos deve continuar no fim de semana.

Uma das feridas resgatadas no acampamento das Farc, a mexicana Lucía Morett, de 27 anos, confirmou que estava com quatro de seus compatriotas na hora do ataque. Os pais de um dos mexicanos desaparecidos forneceram amostras de DNA às autoridades equatorianas, que temem que eles estejam entre os mortos.

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