Título: Unip não aceita aluno de 8 anos nem como ouvinte
Autor: Gonçalves,
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/03/2008, Vida, p. A35
Pais de João Victor, aprovado no vestibular para Direito, insistem em reivindicar aceitação da matrícula do filho
Alexandre Gonçalves
Mesmo com a insistência da família do garoto João Victor Portellinha, de 8 anos, para que ele assista a aulas no curso de Direito da Universidade Paulista (Unip) em Goiânia, a direção da instituição adiantou ontem que não pretende admitir sua participação nem como ouvinte. ¿Isso não existe¿, diz o diretor da Unip, José Augusto Nasser.
João Victor foi aprovado no vestibular da universidade em Goiânia no início deste ano. Seus pais, William Ribeiro e Maristela Portellinha, pretendem reivindicar hoje, na sede da Unip em São Paulo, a matrícula do garoto, que foi barrado anteontem ao tentar assistir às aulas.
Ribeiro alega ter feito a matrícula do filho pela internet. Nasser diz que o pai apenas cumpriu uma parte do processo de admissão. Segundo o manual do candidato, o aluno aprovado deve pagar o boleto disponível no portal da Unip e, dois dias depois, ¿comparecer, antes de começar a freqüentar as aulas, ao câmpus em que foi aprovado¿, para entregar o ¿certificado de conclusão do ensino médio ou equivalente¿.
¿O garoto foi impedido de entrar simplesmente porque não estava matriculado¿, afirma Nasser. Ele admite que a universidade poderia ter se precavido. ¿Nosso erro foi incluir o nome do garoto na lista de aprovados¿, diz.
Ribeiro não vê problemas no fato de o menino, que está na 5.ª série do ensino fundamental, cursar uma graduação. O pai acredita que o filho tem maturidade para assistir às aulas. ¿Conheço o ambiente (da universidade). Ele não teria problema para se relacionar com as pessoas mais velhas¿, diz Ribeiro, que cursa o 7.º semestre de Direito na mesma instituição.
A psicopedagoga Quézia Bombonatto discorda. ¿Mesmo que o menino seja superdotado, o lugar dele não é a faculdade, mas uma escola especial¿, explica.
Segundo ela, um curso superior não ofereceria a uma criança de 8 anos formação adequada para seu desenvolvimento afetivo.
Links Patrocinados