Título: Chile inspeciona frigoríficos e pode voltar a comprar aves e suínos do Brasil
Autor: Salvador, Fabíola
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/03/2008, Negócios, p. B2A
O governo espera conseguir até maio a abertura do mercado chileno para a entrada de carnes de aves e suínos do Brasil. Em uma reunião bilateral, que aconteceu em Santiago na quinta-feira, foi agendada para o fim de março uma inspeção da Secretaria de Agricultura chilena em frigoríficos de aves em Santa Catarina, Paraná e São Paulo, Estados considerados livres da doença de Newcastle (causada por um vírus contagioso que se instala no sistema digestivo ou respiratório do animal).
¿A gente espera que até maio tenha a liberação para exportar¿, afirmou o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral. Segundo ele, a medida é extremamente importante porque o Chile é o segundo parceiro comercial do Brasil na América do Sul e importa carne de ave dos Estados Unidos e da Argentina. Na visita ao Brasil, os técnicos chilenos vão definir os frigoríficos habilitados a exportar.
Uma inspeção semelhante já foi realizada em fevereiro nos frigoríficos de carne suína em Santa Catarina, Estado com status de livre de febre aftosa sem vacinação. ¿Nas próximas semanas deve haver a liberação para o Brasil exportar carne suína¿, informou Barral.
Se a expectativa for confirmada, ainda ficará pendente na pauta bilateral a venda de carne bovina. O Chile suspendeu as compras do produto brasileiro desde a crise da febre aftosa em 2005. ¿É um mercado importante porque o Chile quase não tem produção de carne bovina¿, disse o secretário. São Paulo e Rio Grande do Sul já foram considerados livres da doença, mas ainda não podem exportar a carne.
A suspensão das exportações de carne bovina brasileira para a União Européia também preocupou os chilenos. ¿Havia uma incompreensão sobre o motivo que levou a União Européia a criar obstáculos à entrada da carne brasileira e nós mostramos que se tratava do cumprimento burocrático de uma norma européia¿, explicou.
Na reunião bilateral, ficou acertado que o Ministério da Agricultura vai marcar visitas de técnicos chilenos ao Brasil. O governo quer que os Estados do Centro-Oeste e o norte de Rondônia também sejam considerados livres de febre aftosa.
¿Os chilenos exigem o sistema de rastreabilidade assim como os europeus¿, disse Barral. Segundo ele, o Brasil pode incluir na lista para o Chile, fazendas que não estão na lista de propriedades já encaminhada à União Européia.
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