Título: Mineração vai investir US$ 32 bi até 2011
Autor: Brito, Agnaldo
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/03/2008, Negócios, p. B6A

Valor considera projetos já confirmados, mas pode aumentar

Agnaldo Brito

A mineração brasileira revisou mais uma vez as previsões de investimento até 2011. Entre pesquisas em novas áreas e a produção de minérios, a nova projeção é de que sejam investidos até US$ 32 bilhões no período - a expectativa anterior era de US$ 28 bilhões.

¿É um montante em que se consideram projetos confirmados. Mas esse valor pode aumentar se a Vale (ex- Companhia Vale do Rio Doce) confirmar alguns planos de investimento na área de Serra Sul em Carajás¿, explica Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Caso isso ocorra, os investimentos passariam dos US$ 40 bilhões.

O ferro é o mineral que lidera as projeções de investimento, US$ 14 bilhões até 2011, seguida do níquel, com aportes de US$ 7,6 bilhões. O Ibram calcula que em 2007 o investimento em pesquisa mineral no Brasil bateu recorde e atingiu US$ 350 milhões. ¿O ritmo frenético do setor minérios continua neste ano e os gastos em prospecção de novas áreas deve chegar a US$ 420 milhões¿, diz Tunes.

A escalada de preços internacionais das commodities minerais tem sustentado essa corrida. Levantamento do Ibram mostra que do início de 2001 a fevereiro de 2008 o valor de alguns minerais teve reajustes que multiplicaram o valor em até quatro vezes. O minério de ferro e o níquel, por exemplo, tiveram reajustes superiores a 370%.

SALDO COMERCIAL

A alta das commodities minerais e a expansão da produção brasileira deram ao País uma grande contribuição para a balança comercial. O saldo da indústria mineral (incluída a área de produção e processamento, excluído petróleo e gás) fechou 2007 em US$ 20 bilhões, metade do superávit total da balança do País, que alcançou US$ 40 bilhões. A importação total chegou a US$ 9,6 bilhões em 2007, enquanto a exportação atingiu US$ 29,8 bilhões.

A tendência é que a contribuição do setor mineral para o saldo comercial em 2008 seja ainda maior. Embora a taxa de câmbio também afete a competitividade das exportações de minério, o preço internacional tem compensado. Não é o que ocorre em outros setores, por isso, estima-se que mais de 50% do saldo comercial em 2008 venha da mineração.

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