Título: Tentativa de invasão termina com 8 feridos a bala em Alagoas
Autor: Rodrigues, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/02/2008, Nacional, p. A10

MST alegou demora na desapropriação e tentou reocupar a Fazenda Lagoa Comprida

Oito trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST) foram feridos na manhã de ontem, durante a invasão à Fazenda Lagoa Comprida, no município de Piranhas, a 280 quilômetros de Maceió (AL).

A propriedade vem sendo negociada com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para fins de reforma agrária, mas, com a demora do processo, os sem-terra decidiram invadi-la.

De acordo com o ouvidor agrário estadual, Marcos Bezerra, o processo de desapropriação da área está bastante adiantado. No ano passado, os trabalhadores rurais ocuparam a propriedade e foram convencidos, após negociação com representantes do Incra de Alagoas, a deixar a fazenda. Eles instalaram, então, um acampamento na região.

No começo da manhã de ontem, aproximadamente 40 famílias de sem-terra tentaram reocupar a propriedade e foram recebidas a tiros por 12 funcionários do fazendeiro Jorge Fortes, que acabou preso pela Polícia Civil na delegacia local. Além de policiais civis, militares também estiveram no local para ajudar a conter o conflito. O clima, no entanto, ainda é tenso na região.

Dos oito trabalhadores rurais feridos na tentativa de invasão, um deles foi encaminhado em estado grave para a Unidade do Agreste, na cidade de Arapiraca, onde continua internado. A identidade dos sem-terra não foi divulgada.

PRESSA

O ouvidor agrário estadual, Marcos Bezerra, disse que a superintendência do Incra em Alagoas entrou em contato com as autoridades oficiais para pedir celeridade no processo de desapropriação da área. O confronto entre os funcionários da fazenda e os sem-terra deve ser informado à Ouvidoria Agrária Nacional, para que providências sejam tomadas.

Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Alagoas é o Estado que mais registra conflitos agrários, no Nordeste, com 22 casos de agressões físicas. No ranking nacional, é o quinto com mais problemas.

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