Título: Preços do petróleo recuam
Autor: Fernandes, Nalu
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/03/2008, Economia, p. B10

Desaceleração dos EUA faz barril cair mais de US$ 1,50

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa ontem, pressionados pelos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, que evidenciam a desaceleração da economia americana. Com o anúncio do corte de 63 mil postos de trabalho, os contratos de abril imediatamente declinaram mais de US$ 1,50. Logo houve uma recuperação, levando a novo recorde, seguida por queda acentuada na última hora da sessão antes do fim de semana.

Apesar de os indicadores americanos terem desencadeado as máximas e mínimas do dia, a cotação do dólar continuou orientando a ação dos investidores no mercado de petróleo. Embora enfraquecido com a economia dos EUA, o dólar se recuperou brevemente em relação ao euro depois do relatório do emprego, ajudando a empurrar o petróleo para baixo. Mas rapidamente caiu para outro recorde de baixa, fazendo o petróleo disparar, antes de ceder no fim do dia.

O Goldman Sachs divulgou uma revisão de seu relatório de preços para 2009 e 2010, passando a prever um preço médio de venda de US$ 95 o barril este ano, subindo para US$ 110 em 2010. O relatório também considera as previsões que põem o valor de US$ 135 no alto da faixa de preço como ¿conservadoras¿ e não descartou uma disparada do barril a US$ 200.

Mas nem todos estão convencidos de que o petróleo atingirá níveis tão altos. Pode chegar um momento em que o mercado de petróleo começará a associar as notícias econômicas negativas com mais ameaças para a demanda de petróleo do que o valor do dólar, disse em relatório Tim Evans, analista do Citigroup em Nova York.

A tensão em os países exportadores de petróleo - quase sempre no topo da lista das principais causas da alta da commodity - continua ausente como força por trás da atual disparada do preço. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, tentou minimizar ontem o atrito entre seu país, a Colômbia e o Equador.

Em Nova York (Nymex), o petróleo leve para abril fechou em baixa de US$ 0,32, ou 0,30%, em US$ 105,15 o barril. O contrato atingiu a máxima intraday de US$ 106,54, oitavo recorde das últimas nove sessões. No mercado eletrônico de Londres, os contratos de abril do Brent terminaram em queda de US$ 0,23, ou 0,15%, em US$ 102,38 o barril. O Brent oscilou entre a máxima de US$ 103,98 e a mínima de US$ 101,36.

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