Título: Para russo, solução dos problemas é técnica
Autor: Lima, Rejane
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/02/2008, Economia, p. B3

O chefe do Serviço Veterinário e Fitossanitário da Rússia, Sergei Dankvert, disse ontem, após visitar o Porto de Santos que os problemas entre Brasília, e Bruxelas no que se refere à exportação de carne brasileira para a União Européia podem ser resolvidos tecnicamente.

¿Eu sou um funcionário de responsabilidade no parâmetro técnico. Se os europeus não conseguem cumprir a missão deles, eu posso ajudá-los a cumprir essa missão¿, disse o russo, especificando que a ajuda poderia ser dada por meio do empréstimo de inspetores russos que verificam o sistema de controle da carne brasileira.

Dankvert e sua comitiva terminaram a viagem de três dias ao País com uma visita ao Porto de Santos, onde conheceram o trabalho dos fiscais do Serviço de Vigilância Agropecuária (Vigiagro), do Ministério da Agricultura. A comitiva foi até o terminal de contêineres da Santos Brasil, na margem esquerda do porto, em Guarujá, para verificar como é feita a reinspeção nos contêineres que seguem com a carne para a Rússia.

Após a visita, Dankvert elogiou o Ministério da Agricultura e disse que todas as exigências da Rússia estão sendo atendidas. ¿Agora, é necessário que os exportadores e importadores brasileiros compreendam isso¿, enfatizou. ¿Eles devem apoiar e não criticar o trabalho do ministério.¿ No entanto, Dankvert é incisivo ao explicar que o controle pode existir hoje e sumir amanhã, e por isso a auditoria russa será permanente no País.

COMPETITIVIDADE

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, disse que durante a estada da comitiva no País, foi possível mostrar o quanto o Brasil tem evoluído em qualidade das carnes. ¿A competitividade do Brasil é incontestável. Nós nunca tivemos problemas sanitários durante a exportação, tivemos problemas sanitários como qualquer país pode ter nos seus rebanhos. O que nós temos de comprovar é que esse risco não é exportado. Temos condições de garantir a nossa certificação¿, disse Kroetz, enfatizando que os estrangeiros conheceram toda a cadeia produtiva. ¿Desde fazendas, produtores, frigoríficos, escritórios centrais de defesa agropecuária e é lógico, no final, teve o coroamento, que é a hora do embarque.¿

De acordo com Kroetz, a visita russa nada tem a ver com o embargo europeu à carne nacional. ¿Essa visita foi programada em junho do ano passado e agora em janeiro, quando finalizamos o termo de entendimento que foi assinado em Berlim, ele confirmou a sua vontade de vir ao Brasil¿, disse o secretário.

Kroetz classificou como ¿muito bom¿ o fato de o embaixador da União Européia no Brasil, João Pacheco, ter anunciado ontem a decisão de Bruxelas de autorizar a importação de carne bovina in natura de 106 propriedades brasileiras. ¿É um sinal de que o entendimento técnico continua, esse fluxo continua e vai aumentar daqui pra frente¿, comemorou.

Ao deixar o Porto de Santos, a comitiva russa seguiu direto para o hotel em São Paulo, onde almoçaria antes de embarcar para a Rússia no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, o grupo almoçaria no próprio hotel. Em relação ao cardápio, o secretário Kroetz brincou: ¿Com certeza é carne¿.

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