Título: Confiança da indústria aumenta em fevereiro
Autor: Farid, Jacqueline; Puliti, Paula
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/03/2008, Economia, p. B4

Índice de utilização da capacidade instalada também sobe e chega a 84,7% no mês

A confiança dos industriais na economia brasileira voltou a subir em fevereiro, após iniciar o ano em queda. A constatação é da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que divulgou ontem a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação. Um dos seus principais indicadores, o Índice de Confiança da Indústria (ICI), subiu 1,2%. Em janeiro, havia caído 2,1%.

A utilização da capacidade instalada da indústria, que indica a possibilidade de expansão da oferta, subiu para 85,2% entre dezembro de 2007 e fevereiro deste ano. Foi a terceira alta seguida. No mesmo período de 2007, o resultado havia sido de 83,6% e na transição anterior, de 2006 para 2007, de 82,8%.

De janeiro para fevereiro, o nível de utilização passou de 84,3% para 84,7%. Mas a comparação mais longa mostra elevações maiores: em janeiro, foi de 1,9 ponto porcentual ante o mesmo mês de 2007 e em fevereiro subiu 0,8 ponto porcentual. ¿É sinal de que os investimentos em capacidade estão maturando¿, disse Aloísio Campelo, coordenador da sondagem.

O resultado geral da pesquisa mostrou, na avaliação dos técnicos da FGV, que a indústria continua aquecida no primeiro trimestre de 2008, mas num ritmo menos intenso que o do segundo semestre de 2007. ¿As expectativas para os próximos meses continuam favoráveis, sinalizando continuidade do crescimento no trimestre fevereiro-abril e sustentação do otimismo com a situação dos negócios no horizonte de seis meses¿, diz o texto da sondagem.

O resultado final é composto por dois indicadores: o Índice da Situação Atual (ISA), que teve queda de 0,1% em fevereiro ante janeiro e aumento de 4,5% ante fevereiro de 2007, e o Índice de Expectativas, que aumentou 2,6% em fevereiro ante janeiro e 3,6% na comparação com fevereiro do ano passado.

Os dados para cálculo do índice foram coletados entre 1º e 26 de fevereiro, em 1.042 empresas. Os estoques ¿caminham para uma situação de normalidade¿, destaca o documento da FGV. A pesquisa revela que a parcela de empresas com estoques insuficientes (sinal de aquecimento) permaneceu estável em 9% do total.

Já a proporção das que afirmam estar com estoques excessivos (que poderia indicar retração) aumentou de 6% em janeiro para 9% em fevereiro, o maior porcentual desde outubro de 2006 (11%). Para Campelo, o resultado mostra que as pressões sobre a produção estão diminuindo.

¿Esse equilíbrio (de 9% tanto para estoques insuficientes quanto para excessivos) sinaliza normalização, mostra a chegada da capacidade produtiva e a preparação para a expansão dos meses à frente.¿

Os indicadores de demanda interna foram muito melhores que os de fevereiro de 2007: 30% dos entrevistados acreditam que a demanda está forte e 9%, fraca. Em janeiro, eram 29% ante 11%, respectivamente.

As previsões relativas à contratação de mão-de-obra ¿continuam favoráveis¿. Das 1.042 empresas consultadas, 28% responderam que prevêem aumento do contingente de empregados nos próximos três meses e 17%, redução. Em fevereiro de 2007, essas proporções haviam sido de 22% e 18%, respectivamente.

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