Título: TSE pede a Lula envio de forças federais ao Rio
Autor: Gallucci, Mariângela
Fonte: O Estado de São Paulo, 22/08/2008, Nacional, p. A8

Tribunal mapeou 20 comunidades que precisam de reforço na segurança durante as eleições

Mariângela Gallucci, BRASÍLIA

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, enviou ontem um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo que sejam convocadas as forças federais para reforçar a segurança durante o período eleitoral na região metropolitana do Rio de Janeiro. Lula deverá encomendar ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que adote as providências necessárias para enviar os homens das forças federais para o Rio. Os gastos com a operação serão cobertos pelo orçamento do TSE.

Segundo Ayres Britto, além das forças federais, trabalharão na segurança no Rio a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária e a própria infra-estrutura policial do Estado. Ele disse que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) mapeou as áreas mais perigosas na região metropolitana. A partir desse mapeamento, ficou decidido que 20 comunidades serão protegidas pelas forças federais. Nessas comunidades, há aproximadamente 1 milhão de pessoas. De acordo com o presidente do TSE, é provável que novas áreas sejam incluídas na relação de comunidades protegidas pelas forças federais.

Ayres Britto afirmou que está conversando há 12 dias com Jobim. Ele também manteve contatos freqüentes com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Roberto Wider.

MILÍCIAS

O presidente do TSE foi autorizado na semana passada pelos demais integrantes da Corte a requisitar tropas federais para fazer a segurança no Rio. O motivo foi a revelação de que eleitores, políticos e jornalistas estavam sendo alvo de ameaças de traficantes e integrantes de milícias.

Segundo Ayres Britto, a atuação de criminosos ligados ao tráfico e de milícias, intimidando as pessoas, perturba o livre exercício do voto, de fazer campanha e de informar. O ministro disse que é importante garantir o livre exercício do voto, das campanhas e da imprensa. ¿A situação do Rio de Janeiro demanda a presença das forças bem antes do dia da eleição¿, afirmou na semana passada.

De acordo com ele, o Judiciário dará prioridade à análise de inquéritos sobre a atuação das milícias e dos traficantes e as respectivas tentativas de intimidar eleitores, políticos e jornalistas. Ele também afirmou que os candidatos poderão pedir escolta para fazer a campanha em locais de risco.